A fim de promover no mercado de trabalho a inclusão de mulheres vítimas de violência de gênero, a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE-RS) e a rede de supermercados Carrefour firmaram dois termos de cooperação. O primeiro consiste na oferta de vagas na própria empresa, ao passo que o segundo abrange medidas de conscientização.
Os acordos terão duração de 12 meses, com possibilidade de extensão por até cinco anos. Além de Liseane e Delcio, assinaram os documentos o defensor público-geral, Antonio Flávio de Oliveira, o subdefensor público-geral para Assuntos Jurídicos, Alexandre Brandão Rodrigues, e o defensor público assessor-jurídico, Fabrício Azevedo de Souza.
– Pelo primeiro termo de cooperação, as oportunidades serão destinadas pela própria rede de supermercados. O Nudem analisará a situação de vulnerabilidade da vítima e, na sequência, fará o encaminhamento para vagas exclusivamente destinadas a vítimas de violência de gênero.
– Já o segundo estabelece a parceria entre as instituições na produção de cartilhas e ações conjuntas de educação em direitos e conscientização da população.
Conforme o diretor de Relações Governamentais do Grupo Carrefour Brasil, Delcio Sandi, por meio da parceria também serão disponibilizadas as dependências da rede para cursos e palestras sobre o tema. Interessados podem acompanhar notícias da DPE-RS no site defensoria.rs.def.br.
“Uma parceria como essa é de extrema importância para que as mulheres tenham oportunidade de sobrevivência [econômica] para elas e os filhos”, ressalta a defensora pública Liseane Hartmann, dirigente do Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem).
Ela se refere ao fato de que a dependência financeira é um dos principais fatores para que o ciclo de violência seja perpetuado, afinal muitas mulheres não possuem condições para manter a si e seus dependentes em outro local, distante do agressor. Ou seja: a autonomia se torna condição fundamental para o necessário afastamento.
Operação policial
Nesta segunda-feira (28), a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Porto Alegre realizou nova fase de ofensiva com foco na violência contra a mulher. Uma equipe de 21 policiais civis cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão, além da checagem de situações denunciadas anonimamente. Saldo: uma pessoa presa preventivamente e uma arma apreendida.
Desde o dia 21 de agosto, diversas iniciativas preventivas, repressivas e educativas estão sendo executadas em todos os municípios do Rio Grande do Sul. Na primeira semana de atuação intensa, a Polícia Civil registrou em todo estado 807 boletins de ocorrência referentes a violência doméstica e familiar contra a mulher e solicitou 348 medidas protetivas de urgência.
Além disso, 42 indivíduos foram presos em decorrência de delitos dessa natureza e foram cumpridos 51 mandados de busca e apreensão, o que resultou na apreensão de 14 armas de fogo e 327 itens de munição.
Em Porto Alegre, os índices de feminicídio em 2023 caíram para menos da metade em relação ao mesmo período de 2022, demonstrando queda ainda mais acentuada do que a queda geral do Estado.
Os trabalhos fazem parte de operação realizada de forma simultânea em diversos Estados, sob coordenação nacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública. No Rio Grande do Sul a ofensiva está aos cuidados da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul