Após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anular o júri que condenou à prisão os quatro réus do processo sobre o incêndio na boate Kiss, o comando do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) afirmou respeitar a decisão. Disse, porém, que “lamenta profundamente” que a Corte não tenha aceito recurso encaminhado pela Promotoria.
“O MP-RS se solidariza com as vítimas e seus familiares e entende que a demora na finalização do processo ‘revitimiza’ a todos e gera a sensação de injustiça”, ressalta uma nota publicada no site mprs.mp.br. Continuaremos lutando pela responsabilização de todos os envolvidos.”
Em outra postagem, o Ministério Público gaúcho confirmou que a promotora Lúcia Helena Callegari atuará novamente em plenário, na acusação dos dois sócios da boate e de dois músicos que estavam no local. Ela também se manifestou, em outra postagem:
“Tão logo houve a decisão do STJ pela anulação, houve uma preocupação do Ministério Público de que o julgamento seja realizado da forma mais breve possível. O processo se arrasta por dez anos e precisamos de uma resposta para que todos possam descansar”.
Repercussão internacional
Ocorrido na madrugada de 27 de janeiro de 2013, o incêndio na boate Kiss, na cidade gaúcha de Santa Maria (Região Central) deixou 242 mortos. A casa estava cheia durante uma festa quando músicos da banda que se apresentava no palco acionaram um dispositivo cujas faíscas acabaram deflagrando chamas que logo se alastraram pelo estabelecimento.
O local estava cheio. Em sua maioria, as vítimas eram jovens e acabaram intoxicadas pela inalação de fumaça. Muitas sequer conseguissem deixar a casa noturna. A tragédia coletiva foi considerada uma das piores já registradas no Brasil e e um dos mais graves do mundo para esse tipo de ambiente.
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul