O convite a Gil será feito durante a Ciranda Literária da ABL, no dia próximo dia 10, na Bienal do Livro do Rio, pela estudante Ana Cláudia Santana de Morais, de 14 anos, do Centro de Apoio Integral à Criança e ao Adolescente (CAIC) Elomir Silva. A aluna foi selecionada em concurso literário cujo tema foi o multiculturalismo
A mestre de cerimônias será a acadêmica e atriz Fernanda Montenegro. Durante o evento, a estudante vai ler sua redação, em no formato de carta, e passará a Gilberto Gil uma caneta de pena estilizada, símbolo da literatura, e a chave da cidade de Maricá.
O secretário municipal de Educação de Maricá, Marcio Jardim, informou à Agência Brasil que a escolha de Gil se deve à vasta contribuição nas áreas de música, literatura e política. “O Gil é um imortal exatamente por essa contribuição que ele tem deixado, que é eterna para a literatura, a música, a cultura popular. Essa é a razão da homenagem”. Outro motivo é que o tema da edição deste ano da Flim é o multiculturalismo. “E o Gilberto Gil é uma expressão, por si só, dessa ideia de um país e de um mundo multicultural”.
O secretário de Educação de Maricá ressaltou que a festa literária deste ano tem números que não se comparam a nenhuma outra do país. “Em primeiro lugar, temos 13 dias de duração, o que não ocorre em outro lugar. Segundo, Maricá é uma cidade do livro. Estamos no caminho contrário daqueles que querem substituir o livro impresso por tecnologias outras que se oferecem hoje nas escolas.”
Na avaliação de Marcio Jardim, nada substitui o livro. Serão distribuídos, nesta edição, mais de R$ 10 milhões em mumbucas literárias, moeda social local, a diversos segmentos vinculados à educação. Isso engloba todos os 35 mil alunos da rede municipal de ensino, professores, cujo valor da mumbuca literária será o equivalente a R$ 200.
Para alunos do Passaporte Universitário, programa de concessão de bolsas totalmente gratuitas a 6,3 mil estudantes do ensino superior, o voucher terá valor de R$ 100.
Serão beneficiados ainda alunos da rede estadual e os 1,2 mil estudantes do projeto municipal de alfabetização Sim, eu posso, que concluiu recentemente sua primeira etapa e é inspirado no programa de alfabetização de Cuba, que conseguiu erradicar da ilha o analfabetismo.
Também recebem mumbucas os aposentados da Secretaria de Educação de Maricá, orientadores pedagógicos e educacionais da rede de ensino.
“A novidade é que a Flim não é só uma feira de livros, mas uma festa literária da cidade, no patamar de disputar com outras feiras já mais consolidadas no calendário literário do país, como a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) ou de Salvador. Essa é a nossa pretensão, com esta oitava edição. Vai ter muita efervescência de cultura. Será um festival de arte e cultura chamado Sete Sóis e Sete Luas, nascido na Europa, cujo objetivo é formar elos entre povos e culturas", disse o secretário municipal de Educação.
O evento será realizado pelo segundo ano consecutivo, no bairro de Itaipuaçu, em uma cidade cenográfica que está sendo construída para abrigar o evento. “São mais de 6 mil metros quadrados de área”. Outra novidade deste ano é uma Flimzinha, espaço específico para a literatura infantojuvenil, que terá com recreações educativas, jogos lúdicos. “Vai ter tudo que for vinculado à literatura infantil, com troca e venda de material em um mesmo espaço, dentro da Arena da Cidade do Livro.”
O Espaço Criança vai abrigar a Vila Pé de Maricá, em alusão à árvore que dá nome ao município, e contará com 76 estandes dedicados ao público infantojuvenil.
O espaço Porão Cultural será reservado a apresentações de artistas locais de diferentes vertentes. A Tenda Literária abrigará 154 estandes de vendas de livros e na Tenda Festart haverá um amplo espaço para descanso dos visitantes.
A Tenda Codemar + Recarregue-se será um local com redes, cadeiras de praia e tomadas para recarregar a energia e os aparelhos celulares.
A Flim reunirá mais de 100 editoras, nomes da literatura e da cultura. Está confirmada a participação de Leandro Karnal, Frei Betto, o compositor Nei Lopes, o ator e roteirista Hélio de La Peña, o jornalista Juca Kfouri, a bailarina Ana Botafogo; os escritores Sonia Rosa, Ondjaki, Rossandro Klinjey, Roger Mello, Israel Neto, Luiz Antônio Simas, Pastor Ed Renê, Maria Chocolate, Felipe Eugênio e Eliana Alves Cruz. Além dos convidados, participam ainda 50 escritores da cidade de Maricá.
Os shows no Palco Multicultural serão diários, com Adriana Calcanhoto, Zelia Duncan, a banda Maneva, Bia Bedran, Daniel Jobim, neto do compositor Tom Jobim, a cantora maranhense Flávia Bittencourt, entre outros artistas. A programação prevê ainda palestras, debates e rodas de conversa, que vão reunir escritores, convidados, professores, filósofos e chefs para um bate-papo com o público.
Um amplo espaço gastronômico com diversos restaurantes funcionará na Praça Camburi, derivado de uma fruta da região.
A prefeitura e a Secretaria Municipal de Educação vão transferir atividades para o Espaço Gonçalves Dias, homenageando o bicentenário de nascimento do poeta maranhense, precursor do romantismo no Brasil.
Marcio Jardim informou que para a abertura da Flim, no dia 19, às 16h, está programado um desfile cultural com manifestações diversas, bateria de escola de samba, capoeira. “Tudo que tiver de batida e de ritmo vamos fazer nesse desfile cultural”, disse. A Flim funcionará diariamente das 8h às 20h.
Os investimentos da prefeitura na festa chegam quase R$ 20 milhões, incluindo os R$ 10 milhões de mumbucas literárias.