Em reunião com os secretários na manhã desta segunda-feira (11), o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite discutiu ações viáveis para dar continuidade ao atendimento das localidades atingidas pelo ciclone extratropical da última semana. O caso de São Sebastião, no litoral paulista, foi apresentado como exemplo de plano de ação que obteve sucesso na aplicação. Na oportunidade, mais de 40 pessoas morreram por conta das fortes chuvas e quase duas mil ficaram desalojadas durante o período de carnaval
Leite iniciou falando sobre a busca por experiências que tiveram resultado positivo no atendimento à população afetada e como essas trocas podem beneficiar o gerenciamento do ocorrido no Rio Grande do Sul.
“É importante que possamos ouvi-los para, em alguns casos, a partir da experiência deles, organizar as nossas ações. Buscar essas experiências é importante para agilizarmos o atendimento, aprendermos com os erros que tenham sido cometidos e com as boas experiências que tiveram, de forma a sermos mais resolutivos nas ações agora, nessa reconstrução. Nós temos muitas situações que vão precisar que a gente customize programas para cada uma delas, não basta pegar o que já temos e aplicar, vamos precisar de novas soluções”, assegurou Leite.
Por videoconferência, o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, explicou as estratégias montadas pela administração municipal e estadual quando a cidade sofreu com inundações. “Nossa preocupação imediata foi de como abrigar, de forma rápida, as pessoas para que elas não ficassem por muito tempo nas escolas e pudéssemos restabelecer a normalidade da cidade. Então, nós tivemos a missão de realocar essas 1,6 mil pessoas através do chamado aluguel social, mantido com recursos dos governos estadual e federal. Também transferimos parte dessas pessoas para outro conjunto habitacional, em Bertioga”, explicou Augusto.
O secretário da Casa Civil de São Paulo, Arthur Lima, comentou o que o governo estadual fez para encaminhar as ações que atendiam às necessidades básicas dos cidadãos.
“Com a criação de um gabinete de crise e do decreto de calamidade, nós conseguimos rapidamente transferir recursos para atender diversas áreas. Além disso, também pudemos realizar a coleta de lixo, desobstruir vias com maquinário e pessoal transferidos para esta função, religamos as redes de comunicação interrompidas devido ao evento climático. O apoio humanitário também foi bem gerenciado, possibilitando que todas as doações que chegavam fossem distribuídas para locais realmente necessitados daqueles produtos”, esclareceu.
Na sequência da reunião, o secretariado estadual apresentou as ações que já estão em andamento nos municípios e discutiu outras opções para dar continuidade e celeridade ao atendimento. Sob a responsabilidade da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão está em elaboração um formulário para identificar as necessidades de cada localidade atingida pelo ciclone e, assim, direcionar corretamente os recursos.
“Neste momento temos que dar suporte a essas pessoas que em um primeiro momento saem e ficam abrigadas do jeito que é possível, mas precisamos dar o mínimo de dignidade para elas, o quanto antes. Elas já foram vítimas de uma catástrofe e não podem ser vítimas do desalento, da desatenção, têm que ser rapidamente atendidas. As coisas naturalmente levarão algum tempo, mas ele tem que ser o menor possível. Não deixem a burocracia vencê-los. São vidas humanas. Ver as fotos é uma coisa, sobrevoar dá uma outra dimensão do impacto, mas andar pelas ruas é algo absolutamente impactante e não podemos falhar com essas pessoas”, finalizou o governador.
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul