Apesar da presença de ar seco e frio que garantiu tempo firme ao longo da sexta-feira (15) e da previsão de tempo seco e quente (até 30°C em diversas regiões) para este sábado e domingo, a próxima semana deve ser marcada pela volta da chuva na maior parte do Rio Grande do Sul. A exceção é a quarta-feira, com tendência de predomínio do tempo seco e quente na maioria do mapa do Estado.
Entre segunda (18) e terça-feira, a atuação de um “cavado” (área de baixa pressão alongada) provocará nebulosidade e pancadas de chuva em todo o território gaúcho, com possibilidade de temporais em áreas isoladas, sobretudo na Campanha e Zona Sul.
Os volumes previstos devem oscilar entre 15 e 30 milímetros na maioria das regiões. Na Campanha, na Zona Sul e na Região Metropolitana, os totais esperados devem variar entre 35 e 60 milímetros, podendo alcançar 80 milímetros no Extremo Sul.
As informações constam no mais recente Boletim Integrado Agrometeorológico da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), divulgado em agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia.
O relatório é produzido em parceria com a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural (Ascar) e Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
Cenário
Texto publicado pela empresa de meteorologia Metsul em seu site (metsul.com) chama a atenção para o fato de que os efeitos da chuva no Rio Grande do Sul podem ser vistos do espaço. Imagens de satélite mostram como níveis bastante elevados em rios e muitas áreas inundadas.
Somente a primeira metade do mês no Rio Grande do Sul registrou acumulados de chuva de 431,6 milímetros em Caçapava do Sul, 415,6 mm em Passo Fundo, 404 mm em Cruz Alta, 400,8 mm em Serafina Corrêa, 395,4 mm em Santiago, 374,2 mm em Santa Maria 365,4 mm em São Vicente do Sul, 350,8 mm em São Luiz Gonzaga, 347,2 mm em Tupanciretã, 339,3 mm em Canguçu, 327,4 mm em Encruzilhada do Sul, 330,8 mm em Dom Pedrito, 330,6 mm em Capão do Leão, 310,2 mm em Rio Grande, 302,2 mm em Alegrete, e 300,8 mm em Bagé.
Na região metropolitana de Porto Alegre, os volumes também foram excepcionais para apenas duas semanas. No Vale do Sinos, a estação de Campo Bom registrou entre os dias 1º e 15 de setembro um volume de 287,6 milímetros. Em Porto Alegre, a primeira quinzena de setembro somou 269,3 mm nos bairros Jardim Botânico e 242 mm em Belém Novo.
Os acumulados de chuva em muitos cidades do Estado ficaram entre o dobro e o triplo da média histórica de precipitação do mês inteiro. As médias históricas de precipitação para o mês de setembro no Rio Grande do Sul, de acordo com a série histórica 1991-2020, são de 97,0 mm em Santa Vitória do Palmar, 110,8 mm em Rio Grande, 128,7 mm em Pelotas, 138,3 mm em Torres, 146,6 mm em São Luiz Gonzaga, 147,8 mm em Porto Alegre, 155,3 mm em Santa Maria, 160,4 mm em Encruzilhada do Sul, 162,5 mm em Cruz Alta, 163,1 mm em Caxias do Sul, 165,5 mm em Passo Fundo, 169,9 mm em Bom Jesus e 175,1 mm em Iraí.
A empresa ressalta: “Imagens da Nasa (agência espacial norte-americana) mostram como estava o Rio Grande do Sul na manhã de 29 de abril deste ano, sob quadro de normalidade, e como estava na manhã desta sexta-feira. Impressiona a enorme diferença entre as duas imagens”.
Ainda conforme a Metsul, dentre os itens que mais chamam a atenção estão as grandes cheias das bacias dos rios Jacuí, Santa Maria, Ibirapuitã e Santa Maria: “Observam-se também muitas áreas inundadas nas proximidades da Lagoa dos Patos, nas duas margens, e entre Santo Antônio da Patrulha e Gravataí (…). A Lagoa Mirim se uniu à Lagoa dos Patos pelo alto nível do canal São Gonçalo”.
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul