26/09/2023 às 22h35min - Atualizada em 27/09/2023 às 00h13min

Duplo homicídio no Vale do Rio Pardo: júri condena ex-mulher, filha e genro de uma das vítimas

Duplo homicídio no Vale do Rio Pardo: júri condena ex-mulher, filha e genro de uma das vítimas - Jornal O Sul

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Após quase 20 horas de sessão no Fórum de Sobradinho, nesta terça-feira (26) o tribunal do júri condenou três réus pelo assassinato do dono de uma propriedade rural e de seu funcionário. As sentenças variam entre 35 e 45 anos de prisão por duplo homicídio e furto qualificados. Os crimes foram cometidos em 2020 na cidade de Segredo (Vale do Rio Pardo).

Os acusados são a ex-esposa do agroempresário, sua filha e o marido dela. Além deles, um homem contratado como matador de aluguel (conforme denúncia do Mistério Público) será julgado no dia 20 de novembro.

Ambas as vítimas foram executadas a tiros. Conforme a acusação, os envolvidos forjaram um latrocínio (assalto com morte) para tentar encobrir o crime, cometido de forma premeditada e com motivação financeira – os denunciados pretendiam receber uma apólice de seguro de vida em nome do agricultor.

Na noite do dia 26 de maio daquele ano, a filha e o genro do dono do empreendimento buscaram em Candelária (na mesma região), a bordo do automóvel dela, um indivíduo que haviam contratado por R$ 5 mil para executar o plano. Eles então se dirigiram até a residência da vítima, na localidade de Rincão Nossa Senhora Aparecida.

Simulando uma visita, desceram do carro e atraíram o produtor rural e seu peão para uma conversa dentro da casa. O matador de aluguel então entrou, fingiu um assalto e amarrou o agricultor, enquanto seu genro fazia o mesmo com o funcionário.

As vítimas foram levadas até o pátio, com as mãos amarradas para trás, e cada um recebeu um disparo fatal na nuca. Após levar uma chaleira elétrica, uma televisão e um celular (daí o futuro enquadramento por furto qualificado), os três envolvidos fugiram no mesmo carro em que haviam chegado.

Ministério Público

O júri contou com os depoimentos de duas testemunhas de defesa e outras duas de acusação. O cumprimento das sentenças será sob regime fechado. A prisão preventiva dos três condenados foi mantida. Atuaram no plenário promotores de Justiça Eugênio Paes Amorim e Renan Loss.

O coordenador do Centro de Apoio Operacional do Júri, promotor de Justiça Marcelo Tubino, esteve em Sobradinho e ressaltou que, a ideia é acompanhar, assim como a Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, de perto o maior número de júris:

“O objetivo é levar um suporte necessário aos promotores de Justiça na realização dos seus trabalhos. “E mais, devolvendo à comunidade o sentimento de justiça e afastando o sentimento de impunidade”.

Ele disse, ainda, que os réus divergiam quanto ao que aconteceu, sempre tentando esconder o caráter patrimonial do crime. Para isso, tentaram justificar aos jurados que o crime ocorreu porque a vítima “abusava sexualmente da filha”.

Pelo Ministério Público, Renan Loss foi o primeiro a falar. Segundo ele, entre outras sustentações, uma delas foi mostrar que o agricultor não era violento, como destacou sua filha e ex-esposa durante interrogatórios:

“Elas mentiram, mãe e filha. A filha, por exemplo, mudou a versão algumas vezes desde o inquérito policial. Tentaram dizer que ele abusou da filha e que batia na ex-mulher”.

Segundo a falar, Eugênio Amorim fez questão de lembrar que eram duas vítimas ao mencionar que, o verdadeiro choro que viu em plenário foi o da filha e o da viúva do peão do agricultor. Segundo ele, que pediu pena máxima aos réus, desde o início tentaram manipular a investigação ao destacar que simularam furto:

“Tem como acreditar em uma pessoa que publicou nas suas redes, logo após o crime, que seu paizinho estava no céu, ela que admitiu aqui que pagou para matar o mesmo pai”, ressaltou.

(Marcello Campos)


Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul



Fonte: https://www.osul.com.br/duplo-homicidio-no-vale-do-rio-pardo-juri-condena-ex-mulher-filha-e-genro-de-uma-das-vitimas/
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