Celebrar a chegada da nova estação e estimular o uso do bairro como espaço vivo de convivência, contribuindo com a qualidade de vida dos moradores da região por meio do acesso à arte e cultura. Com esse objetivo, a cidade de Caxias do Sul (Serra Gaúcha) realiza neste sábado (30) o “Festival da Primavera”. A programação tem entrada franca e diversas atividades culturais entre 11h e 17h30min.
A iniciativa é da empresária Maristela Chiappin e conta com financiamento da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Caxias do Sul, com o apoio da Rede Caminho. Como local escolhido, a rua Dante Baptista Andreis, no bairro Sanvitto, área onde centenas de famílias vivem sem espaços de convivência social que não os passeios a um shopping center. No texto de divulgação é ressaltado o seguinte cenário:
“A prática de caminhada e esportes somam-se aos carros que por ali circulam, dividindo espaço com crianças e seus pais que se valem da rua para brincar. O excesso de estabelecimentos comerciais na avenida principal esconde a quantidade de pessoas que moram na região e gera impacto negativo em termos de convivência, lazer, humanização e ocupação do espaço urbano, o que futuramente poderá ampliar problemas como de segurança pública”.
O projeto Festival da Primavera nasce com o propósito de humanizar este bairro e proporcionar a convivência e a socialização das pessoas neste espaço por meio das artes. De um lado, a humanização deste espaço urbano. No outro, a promoção dos direitos de acesso, fruição e produção. De participar não somente da vida cultural, mas também de seu planejamento.
A proposta está em diálogo com os objetivos do desenvolvimento sustentável propostos em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), em especial o item de número 11:
“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades; tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis” (ONU, 2015), do qual destacamos a meta brasileira 11.7, que busca proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguro, inclusivos, acessíveis e verdes, em particular para as mulheres, crianças, adolescentes, pessoas idosas, pessoas com deficiência e demais grupos em situação de vulnerabilidade”.
O programa tem, portanto, potencial para despertar a atenção do poder público para este bairro. Hoje existe um projeto em tramitação junto à Secretaria Municipal do Meio Ambiente para a aprovação para construção de uma praça na rua onde passavam os trilhos do trem. Esta praça será custeada e mantida pela iniciativa privada. É a rua do lazer onde algumas famílias usam.
Trata-se aqui da realização de ação cultural para o desenvolvimento de um território e humanização deste espaço urbano, uma vez que pensar a cidade e seus territórios de modo que possam ser acessados e apropriados por todos, independentemente de suas inserções socioeconômicas, gênero, identidade, raça ou etnia. Pensar a cidade para todos é criar condições para que as diferentes e diversas formas de apropriação e produção social do espaço possam acontecer. É garantir direitos, garantir o direito a ter direitos à cidade, à cultura e à diversidade.
Programação
– 11h: Abertura coi DJ Mono.
– 11h15min: Yoga para adultos.
– 11h45min: Um passarinho me contou, com Darlan Scheid (teatro).
– 14h: Circolando por aí, com Cia Espicula (circo).
– 15h30min: Jack Band (rock).
– 16h45min: Criando e Contando, com Gio e Doug (música e artes visuais).
– 17h30min: Encerramento.
– E mais: Pinturinhas de rosto, contação de histórias, brinquedos e brincadeiras, traillers de alimentação e feira de produtos artesanais.
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul