A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) lançou o projeto “Protocolo Zero: Fim de Jogo para o Racismo”, com o objetivo de acabar com qualquer forma de discriminação dentro e fora dos estádios do Rio Grande do Sul. Dentre as iniciativas previstas está a criação de uma comissão multidisciplinar para tratar do assunto.
Também fazem parte do plano um curso temático para integrantes de clubes, arbitragem e Tribunais de Justiça Desportiva. A lista prossegue com a divulgação de uma cartilha on-line e atividades para formação de agentes regionais, a fim de fazer com que os delegados de jogos atuem como multiplicadores desse conhecimento.
“O ‘Protocolo Zero’ se propõe a abordar o racismo em suas formas individual, institucional e estrutural de maneira abrangente, para combatê-lo em todas as suas formas e promover uma mudança cultural duradoura”, ressalta a direção da entidade.
Presidente da FGF, Luciano Hocsman destaca a relevância do tema e do próprio projeto: “Temos uma meta ousada de zerar os casos de racismo nos estádios do Rio Grande do Sul. Sabemos que é algo difícil, mas precisamos modificar uma cultura que, infelizmente, ainda está presente em nossa sociedade. Trabalharemos firmes e fortes”.
A mobilização conta com o apoio da Associação Odabá de Afroempreendedorismo. A presidente da entidade, Kênia Aquino, chama a atenção para a importância desse tipo de proposta e enaltece a parceria com a FGF:
“Que mais instituições possam encarar com a mesma seriedade o racismo e da discriminação em geral, que são uma doença e, como tal, precisam de diagnóstico e cura. O conhecimento é um remédio, que estamos propondo”.
Cartilha virtual
No site fgf.com.br já está disponível para download ou acesso on-line uma cartilha com conteúdos tão diversos quanto abrangentes, que podem contribuir para uma melhor compreensão do tema. Se o racismo é assunto complexo, a linguagem simples e didática das informações é um diferencial potencialmente eficaz na multiplicação desse conhecimento.
Um dos trechos é bastante emblemático desse objetivo do “Protocolo Zero”, ao apresentar uma breve – e também certeira – definição que muito bem pode ser aplicada a outras atitudes discriminatórias (como no caso das mulheres). Confira:
“Os casos de racismo ocorrem baseados nas mais diferentes formas: nas brincadeiras, nos pré-julgamentos e preconceitos que foram criados por algumas pessoas brancas em relação aos negros e, principalmente, em ofensas, xingamentos e agressões. Por conta do preconceito, pessoas negras são impedidas de frequentar certos ambientes, como também são descartadas em uma seleção para emprego, independentemente de suas qualificações”.
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul