Alvos de ação civil movida pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), dois estabelecimentos que forneciam carnes para hamburguerias foram interditados pela Justiça em Canoas (Região Metropolitana de Porto Alegre). Ambas as empresas funcionavam sem registro estadual e preparavam produtos impróprios ao consumo humano.
A decisão é da 4ª Vara Cível da Comarca de Canoas, a partir de inquérito proposto pelo promotor especializado João Paulo Fontoura de Medeiros e instaurado em março. Na origem do processo está um boletim de ocorrência detalhando as irregularidades – durante fiscalização nos locais, foi apreendida 1 tonelada de material, que também não apresentava identificação de procedência.
Ao verificar a existência de registros de outras pessoas jurídicas com os mesmos sócios, o MP-RS acionou a Vigilância Sanitária Municipal de Canoas. Esta, por sua vez, contou com o apoio da Delegacia do Consumidor e da Secretaria Estadualda Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável (Seapi).
A força-tarefa voltou a constatar atividades clandestinas por parte da empresa investigada, inclusive em uma casa cuja fachada ostentava uma placa de “aluga-se”. No local foram apreendidos 572 quilos de carne imprópria: em meio ao lote foram encontradas larvas e até cacos de vidro.
“Produtos submetidos à análise pericial incluíam carne de cabeça bovina, miúdos suínos, guisado e hambúrgueres já prontos, a maior parte sem indicação de procedência e manipulados sob péssimas condições de higiene, com muitas moscas e odor fétido”, relata o laudo técnico.
O documento acrescenta: “Produtos eram descongelados em temperatura ambiente e dentro de caixa com grande quantidade de sangue. Além disso, soja estava sendo adicionada ao produto, bem como linfonodos [tecido animal impróprio ao consumo humano] e carne de cabeça, proibida na elaboração de alimentos crus”.
São
Em São Gabriel (Fronteira-Oeste), agentes do programa “Segurança Alimentar RS” autuaram todos os cinco mercados fiscalizados nessa terça-feira (17). Saldo: a apreensão de 3,2 toneladas de alimentos impróprios ao consumo humano. Um dos locais foi interditado devido a péssimas condições de higiene e outro teve fechados o açougue e a padaria.
Conforme autos expedidos durante a fiscalização da força-tarefa, produtos sem procedência, vencidos, armazenados de forma inadequada e carnes com alteração na cor, cheiro e textura foram as principais irregularidades constatadas. Foram recolhidos, ainda, álcool 92,8° e soda cáustica, ambos de comercialização proibida nesse tipo de estabelecimento.
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul