Com debates sobre questões relacionadas à ecologia e segurança alimentar, a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) realiza nesta quinta (19) e sexta-feira em Porto Alegre o 11º Fórum Internacional de Gestão Ambiental (Figa). As atividades têm como local a sede do Ministério Público gaúcho, parceiro da iniciativa. Endereço: avenida Aureliano de Figueiredo Pinto nº 80, bairro Praia de Belas.
Os painelistas tratarão de temas como produção de alimentos, crise ambiental, comida saudável, uso racional da água e crise climática, dentre outros tópicos, com diversos convidados. As inscrições ainda podem ser feitas, de forma gratuita, por meio do site forum-gestao-ambiental.com.br, que também detalha os dois dias de programação.
A conferência de abertura, às 9h, será ministrada pela professora Iva Pires, coordenadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (Portugal). Já o painel de encerramento terá a participação da indígena Ceiça Pitaguary, ligada ao Ministério dos Povos Indígenas.
Na avaliação do presidente da ARI, José Nunes, os assuntos suscitados pelo fórum são de grande importância “no momento em que sofremos uma verdadeira profusão climática”. Ele relata que a instituição tem alertado para a crise climática há 20 anos, quando realizou a primeira edição do Fórum Internacional das Águas.
A procuradora de Justiça Ana Maria Moreira Marchesan, por sua vez, considera o apoio do Ministério Público como algo que se justifica plenamente, devido às temáticas a serem abordadas no evento, sobretudo a questão dos desastres e mudanças climáticas e a segurança alimentar. “Todos esses temas estão integrados, da mesma forma que acontece em questões ambientais”.
Texto de apresentação
“É do conhecimento de todos que o clima está afetando a produtividade de alimentos ao atingir áreas de produção, deixando regiões inteiras mais quentes e/ou chuvosas. Também a qualidade dos alimentos preocupa a todos com o uso de agrotóxicos na produção – são verdadeiros venenos levados diretamente à mesa do consumidor.
Vivemos todos em tempos de emergência climática como difundido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC). A população do Rio Grande do Sul e suas instâncias de representação política, todos afetados pelos desastres provocados pelo fenômeno El Niño, acrescido dos efeitos da mudança do clima, precisam pensar urgentemente em adaptação concreta aos novos tempos e, ao mesmo tempo, deixar de contribuir para o agravamento da situação.
Só com o amplo debate, com a divulgação de dados corretos, é que a sociedade poderá participar das necessárias mudanças na localização de espaços urbanos, na preparação das edificações para eventos climáticos extremos, na produção de alimentos saudáveis. Novas e urgentes políticas públicas devem ser debatidas amplamente para a formação rápida de consensos com a participação de cientistas e comunidade.
Por toda esta realidade, o 11º Fórum Internacional de Gestão Ambiental (Figa) tem como temas o meio ambiente e a segurança alimentar e pretende contribuir para a construção dos necessários consensos voltados a atitudes efetivas”.
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul