18/10/2023 às 10h38min - Atualizada em 19/10/2023 às 00h06min

Conselho Nacional de Justiça abre processo administrativo disciplinar contra desembargador gaúcho acusado de violência doméstica

Conselho Nacional de Justiça abre processo administrativo disciplinar contra desembargador gaúcho acusado de violência doméstica - Jornal O Sul

Jornal O Sul
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O plenário do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) determinou a abertura de processo administrativo disciplinar contra um desembargador do TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) acusado de violência psicológica e moral contra a sua ex-mulher.

A decisão unânime seguiu entendimento do corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, relator do Pedido de Providências 0003579-14.2022.2.00.0000. Os conselheiros aprovaram ainda o afastamento cautelar das funções jurisdicionais do magistrado.

O desembargador foi acusado de ameaçar física e psicologicamente a ex-mulher entre agosto de 2018 e julho de 2019 e, por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), responde processo por violência doméstica. O Ministério Público ofereceu denúncia contra o magistrado.

Para o conselheiro Vieira de Mello Filho, os fatos trazidos pelo corregedor autorizam “indiscutivelmente” a abertura do processo, assim como o afastamento do desembargador das suas funções, para melhor análise das infrações apontadas. A conselheira Jane Granzoto também destacou a importância de os fatos “gravíssimos” serem apurados.

A conselheira Salise Sanchotene destacou a necessidade de o órgão apurar as denúncias de violência doméstica, em conformidade com as orientações normativas do CNJ. “O próprio Protocolo de Julgamento com Perspectiva de Gênero nos impõe um olhar atento a essa situação. Um magistrado que pratica uma conduta como essa, em tese, não tem condições de permanecer na atuação jurisdicional”, afirmou.

O Protocolo de Julgamento com Perspectiva de Gênero é um instrumento à disposição da magistratura brasileira para que se elimine do Judiciário julgamentos carregados de preconceitos, de estereótipos e de repetição de desigualdade. Foi criado em 2021 e orienta os trabalhadores da Justiça a enxergarem as discriminações e os desequilíbrios de gênero e a praticarem o seu combate, conforme o CNJ.

O órgão informou que, em reforço à política de combate à violência de gênero, em julho a Corregedoria Nacional de Justiça aprovou o Provimento n. 147, que estabeleceu protocolo de atendimento e de recebimento de denúncias de vítimas de violência doméstica por parte de membros do Poder Judiciário, entre eles magistrados.


Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul



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