Com conclusão prevista para antes do Natal, a ponte pênsil que liga a cidade gaúcha de Torres (Litoral Norte) a Passo de Torres (SC) começou a ser reconstruída nos últimos dias. A estrutura cedeu na madrugada de 21 de fevereiro, lançando dezenas de pessoas no rio Mampituba. Um jovem de 20 anos morreu e outras 16 pessoas ficaram feridas.
O custo da obra é de R$ 702 mil, bancado por meio de parceria entre a prefeitura local e governo de Estado de Santa Catarina. A empresa contratada havia recebido prazo para terminar o serviço, mas garantiu a entrega antecipada em quatro meses, já que a passagem de pedestres é considerada fundamental para a economia e turismo da região.
De acordo com autoridades de ambos os lados desse ponto da divisa entre os Estados, a população aguarda ansiosamente a reinauguração. A configuração pênsil será mantida, porém com a promessa de segurança ampliada.
Relembre o incidente
Retornando de uma festa, cerca de 100 pedestres transitavam sobre a ponte quando os cabos de sustentação se romperam, fazendo com que a passagem em madeira ficasse parcialmente pendurada. Ao menos 30 pessoas caíram no rio Mampituba, enquanto outras se seguravam à estrutura.
O incidente deixou 16 feridos e causou a morte de Brian Grandi, 20 anos, um caxiense que se mudara com a mãe e a irmã para Torres no final de 2022. A queda foi filmada com a câmera do celular de uma testemunha.
Nas imagens, que “viralizaram” nas redes sociais e repercutiram nacionalmente, é possível ver a intensa movimentação de jovens sobre a ponte pênsil. Após a ruptura, ao menos um jovem aparece agarrado a um fio de iluminação noturna da estrutura, para não despencar sobre a água.
Sob olhares de dezenas de curiosos em ambos os lados do rio, as buscas ao rapaz contaram com a participação de um grupo de mergulhadores e o reforço de veículos náuticos como lancha, botes e jet-ski, além de helicóptero da Brigada Militar (BM).
A Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS) instalou na área um Sistema de Comando de Incidentes para organizar a logística dos trabalhos, com a participação da Defesa Civil e Polícia Civil. O corpo do jovem foi encontrado três dias depois, boiando no mar do litoral catarinense, a 3 quilômetros do local onde a vítima havia despencado. Segundo a perícia, o causa do óbito foi afogamento.
Já a ruptura da ponte foi alvo de investigações que demandaram meses de inquérito por parte das Polícias Civis dos dois Estados. Concluídos em julho (RS) e agosto (SC), os laudos apontaram uma combinação de péssima conservação com excesso de pessoas sobre a estrutura, inaugurada em 1984. Ninguém foi indiciado.
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul