Durante ação de limpeza realizada nessa quarta-feira (1º), 60 participantes do programa de voluntariado da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) recolheram cerca de 1 tonelada de lixo no Parque Estadual de Itapuã, em Viamão (Região Metropolitana de Porto Alegre). A ação teve como foco a Praia de Fora, banhada pela Lagoa dos Patos.
Dentre os itens encontrados na orla estavam resíduos sólidos como latas, garrafas e sacolas plásticas, emblemáticos do quanto ainda falta em termos de conscientização ambiental por parte da coletividade. Cabe, porém, a ressalva de que boa parte do material se acumulou na área devido ao grande volume de chuvas dos últimos meses.
Os itens recolhidos serão encaminhados cooperativas de Viamão, que poderão vender os componentes recicláveis. É o caso das tampinhas plásticas, com reaproveitamento em projetos de instituições como o Instituto do Câncer Infantil e a Associação de Familiares e Amigos de Pessoas com Autismo.
A Praia de Fora tem uma faixa de areia com aproximadamente 17 quilômetros de extensão e foi escolhida para a primeira atividade coletiva de limpeza de praias da unidade de conservação ambiental, mantida pelo governo gaúcho. Outros mutirões estão programados até março, com divulgação no site sema.rs.gov.br.
Em julho, o Parque de Itapuã completou 50 anos de criação. Sua área abriga praias, trilhas ecológicas e vasta biodiversidade, além de abrigar um museu com peças históricas relacionadas à Revolução Farroupilha (1835-1845).
Questão de mentalidade
Bióloga e gestora do Parque, Dayse Rocha ressalta que a iniciativa tem potencial para mobilizar diversas camadas da sociedade. Trata-se de uma questão que passa pelo descarte apropriado de resíduos e outras ações em prol da natureza:
“Além de chamar a atenção para esse modo de vida insustentável, a mobilização é importante para dar visibilidade ao Parque Estadual de Itapuã e mostrar sua importância de uma unidade de conservação que não se resuma ao turismo”.
A chefe da Divisão de Unidades de Conservação da Secretaria Estadual, Cátia Gonçalves, acrescenta que o acúmulo de contaminantes externos acaba causa prejuízo à fauna do parque, que sofre o risco de se alimentar desse material, principalmente no que se refere a microplásticos.
“Essa atividade de limpeza é importante e torna-se simbólica pela sensibilização, na medida em que cada participante é impactado pela experiência no local e pode levar a mentalidade de proteção ambiental para dentro das comunidades”.
Uma das voluntárias engajadas na ação, a voluntária Patrícia Rocha acrescenta: “Devemos ter o sentimento de pertencimento, alimentando um amor à natureza que nos fornece tanto. Compreendermos que há a necessidade de retribuir e isso faz com que eu participe do programa”.
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul