As exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul totalizaram US$ 4,6 bilhões no terceiro trimestre deste ano. O resultado representa uma alta de 0,1% na comparação com o mesmo período de 2022.
As vendas do complexo soja registraram crescimento de 3,5% (total de US$ 2,2 bilhões), enquanto o segmento de fumo e seus produtos obteve o maior avanço no trimestre (total de US$ 723,77 milhões, +38,7%).
Os dados constam no boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado nesta terça-feira (14) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão.
Conforme o levantamento, a maior disponibilidade da soja em grão, fruto do aumento de 35,8% na safra de 2023 em relação à anterior, manteve o desempenho positivo mesmo com a queda de 18,4% nos preços médios da oleaginosa exportada pelo Estado.
Altas também foram registradas nos segmentos de máquinas e implementos agrícolas (total de US$ 131,24 milhões, +12,2%) e cereais, farinhas e preparações (total de US$ 236,52 milhões, +2,4%). Na outra ponta, os setores de produtos florestais (total de US$ 267,42 milhões, -41,6%), carnes (total de US$ 653,70 milhões, -12,9%) e couros e peleteria (total de US$ 77,82 milhões, -13,6%) tiveram redução em valor nas exportações do período.
As exportações do agronegócio no terceiro trimestre de 2023 representaram 74,1% do total das vendas externas do Estado no período.
Terceiro trimestre
No setor de fumo e seus produtos, a alta nas vendas foi puxada pelo desempenho do fumo não manufaturado (total de US$ 663,44 milhões, + 41,4%). Nos produtos florestais, a redução em valor nas exportações de celulose (total de US$ 179,09 milhões, -43,8%) foi determinante para o resultado. No setor de carnes, a maior redução ocorreu na carne bovina (total de US$ 65,24 milhões, -49,6%), enquanto na carne suína (total de US$ 174,45 milhões, -3,5%) e na carne de frango (total de US$ 367,21 milhões, -6,3%) as quedas foram mais brandas.
A China manteve a primeira posição entre os principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho no terceiro trimestre, com 37,6% do total, seguida da União Europeia (16,6%), Estados Unidos (4,5%), Vietnã (4,0%) e Coreia do Sul (3,2%).
Acumulado no ano
Entre janeiro e setembro, as exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 12 bilhões, alta de 3,1% em valor na comparação com os nove primeiros meses de 2022 e correspondente a 73,1% do total das vendas externas do Rio Grande do Sul.
O setor fumo e seus produtos foi novamente destaque entre os principais segmentos da área, atingindo o maior valor da série histórica iniciada em 1997, com vendas de US$ 1,78 bilhão (+27,3%). O complexo soja também avançou no período (total de US$ 4,40 bilhões, +9,4%), puxado pelas vendas de soja em grão (total de US$ 2,65 bilhões, +24,1%) e do farelo de soja (total de US$ 1,34 bilhões, +7,9%), que compensaram a queda no comércio de óleo de soja (total de US$ 409,63 milhões, -36,4%).
Carnes (total de US$ 1,97 bilhão, -2,6%), cereais, farinhas e preparações (total de US$ 1,25 bilhão, – 4,7%) e produtos florestais (total de US$ 1,02 bilhão, -20,7%) tiveram desempenho inferior na comparação com 2022. Nas carnes, a redução de 37,4% nas vendas de carne bovina (menos US$ 127,27 milhões) teve o maior impacto. No segmento de cereais, as vendas de trigo caíram 20,6% (menos US$ 151,82 milhões), após um desempenho histórico no ano passado. Entre os produtos florestais, a celulose apresentou baixa de 20,7% no comércio com o exterior (menos US$ 183,65 milhões).
Emprego formal
Tradicional período de queda na oferta de empregos no setor, o agronegócio do Rio Grande do Sul registrou saldo negativo de 8.669 postos com carteira assinada no terceiro trimestre de 2023. No mesmo período de 2022, o saldo ficou negativo em 3.071 empregos.
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul