O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul teve valor estimado em R$ 581,3 bilhões em 2021, com crescimento em volume de 9,3% em relação ao ano anterior. Foi a maior alta no Estado em toda a série histórica, iniciada em 2002, e também o maior avanço entre as 27 unidades da federação. O aumento em volume do PIB no mesmo período foi de 4,8%.
Respondendo por 6,5% do PIB nacional em 2021, o estado passou para a quarta posição no ranking de participações, ganhando uma posição em relação a 2020 e trocando de lugar com o Paraná (6,1%).
Na agropecuária gaúcha, o aumento de 53% em volume foi explicado pela expansão observada na agricultura, cuja variação foi de 72,8%.
O avanço da Agropecuária no Estado foi também o mais intenso registrado para o setor entre as 27 unidades da federação. Tal desempenho decorreu, principalmente, dos resultados do cultivo de soja entre 2020 e 2021, assim como ocorreu em outras três das cinco unidades federativas com maiores crescimentos de PIB em 2021 (Tocantins, Roraima e Acre).
Na Pecuária, a variação em relação ao ano anterior foi de 15,2% e na Produção florestal, pesca e aquicultura, também houve crescimento em volume, de 8,7%.
A Indústria apresentou variação em volume de 8,1%, em função dos desempenhos registrados nas atividades de Indústrias de transformação (9,4%), principalmente em função dos resultados da fabricação de máquinas e equipamentos. Também tiveram expansão a Construção (9,6%) e as Indústrias extrativas (3,8%). Por sua vez, Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação apresentou variação negativa: -0,8%.
Nos serviços, houve avanço de 4,4% no volume, que foi influenciado, principalmente, pelas atividades de Administração, educação, saúde, pesquisa e desenvolvimento públicas, defesa, seguridade social (1,4%), pelo Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (5,2%) e pelas Atividades imobiliárias (2,3%). O único segmento a apresentar queda em volume foi o de Atividades financeiras, seguros e serviços relacionados (-7,1%).
De 2002 a 2021
Na série 2002-2021, o PIB em volume do estado apresentou crescimento acumulado de 35,8%, o que significa um uma variação média de 1,6% ao ano (a.a.). Essa é a segunda média mais baixa entre as 27 unidades da federação, maior apenas que a do Rio de Janeiro (1,3% a.a.). A média Brasil no mesmo período foi de 2,1% a.a.
No Rio Grande do Sul, o baixo desempenho esteve atrelado às indústrias de transformação, que apresentam queda acumulada em relação ao início da série.
O PIB per capita do Rio Grande do Sul, em 2021, foi de R$ 50.693,51, 20% acima do PIB per capita brasileiro (R$ 42.247,52). Foi sexto maior valor registrado no país. Na região Sul, ficou entre as posições de Santa Catarina (3ª) e do Paraná (8ª). Frente a 2002, o estado aumentou a razão em relação ao PIB per capita do Brasil de 1,1 para 1,2, mas perdeu uma posição no ranking nacional (de 5º para 6º).
Remuneração dos empregados
Em 2010, o Sistema de Contas Regionais passou a incorporar a estimativa do PIB pela ótica da renda. Isso tornou possível a análise da distribuição dos rendimentos gerados no processo produtivo em cada uma das Unidades da Federação. Em 2021, a remuneração dos empregados perdeu participação no PIB do Rio Grande do Sul, caindo de 40,5% em 2020 para 36,9%, sua terceira queda consecutiva. Foi a menor participação na série histórica, iniciada em 2010, pela primeira vez abaixo de 40,0%. Já o componente excedente operacional bruto mais rendimento misto bruto teve sua maior participação no período, com 48,4% e a diferença mais alta em relação à remuneração dos empregados (11,5 p.p.). A participação dos impostos, líquidos e subsídios, sobre a produção e importação, foi de 14,7%.
O Sistema de Contas Regionais (SCR) fornece estimativas do Produto Interno Bruto (PIB) de cada unidade da federação, pelas óticas da produção e da renda, coerentes, comparáveis entre si e compatíveis com os resultados do Sistema de Contas Nacionais (SCN). O programa de trabalho é desenvolvido pelo IBGE em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, as Secretarias Estaduais de Governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), atendendo à demanda por informações regionalizadas. A periodicidade do SCR é anual.
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul