Dois meses separam o ciclone que arrasou o Vale do Taquari, deixando um rastro de destruição, 50 mortes e oito desaparecidos no Rio Grande do Sul, e as inundações registradas neste final de semana por conta de intensos temporais na região. Neste sábado (18), o Rio Taquari transbordou, provocando alagamentos nas localidades próximas.
A prefeitura de Lajeado informou que houve registros de descargas elétricas, ventania e queda de granizo. A população da cidade foi orientada a não sair de casa e permanecer em abrigos seguros. Desde a madrugada deste sábado, a prefeitura tem utilizado caminhões para remover famílias que moram em locais de risco.
Até o final desta manhã, a prefeitura contabilizou 172 pessoas, de 71 famílias, que tiveram suas residências afetadas e estão sendo abrigadas no Parque do Imigrante, mesmo local que recebeu os desalojados pelas chuvas em setembro, durante a passagem do ciclone.
O nível do Rio Taquari alcançou os 24,32m, às 11h deste sábado, na região central de Lajeado. A água subiu 44 cm em apenas uma hora. A chuva afeta também o município de Roca Sales, onde a prefeitura orientou a população para evacuar as casas.
O nível do Rio Taquari subiu quase 1,5 metros em cerca de duas horas, na altura do município de Muçum. Em Forquetinha, o volume da água bloqueia as pontes da cidade, inclusive o acesso à rodovia federal. A prefeitura pediu que os moradores não deixem suas casas. A população que reside em áreas de riscos deve fazer contato com a defesa civil em caso de emergência.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu, na manhã deste sábado, três alertas de risco para rápida inundação de rios que passam pelo Estado. Além do Rio Taquari, os rios Caí e Jacuí podem subir rapidamente. O alerta tem validade de 24 horas, até a manhã deste domingo (19).
A população que reside em áreas de risco deve tomar medidas preventivas com antecedência e procurar a Defesa Civil de seu município em caso de emergência.
Homem desaparece após carro ser levado pelas águas
Um homem está desparecido após o seu automóvel ser levado pelas águas do Rio das Antas na RS-437, entre as cidades de Antônio Prado e Vila Flores. Outros dois homens estavam no mesmo veículo e conseguiram sair sem ferimentos. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Veranópolis, por conta da dificuldade de buscas no local, uma equipe de mergulhadores de Porto Alegre irá auxiliar nas buscas.
Governador demonstra preocupação
Em vídeo divulgado nas redes sociais na tarde deste sábado, o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite mostrou apreensão com os riscos de novas cheias e alagamentos no Vale do Taquari.
“O monitoramento aponta que nós podemos, ao longo do Rio Taquari, vivenciar um episódio semelhante ao que vivenciamos em setembro, provavelmente não com as enxurradas, ou seja, com a velocidade dos rios arrastando o que vem pela frente, mas sim com a elevação rápida do nível do Rio Taquari atingindo localidades que foram atingidas também naquele episódio de setembro ao longo das próximas horas”, disse.
Energia elétrica
A Certel, que fornece energia elétrica na região do Vale do Taquari informou que 4 mil clientes estão com abastecimento interrompido por causa do temporal. O principal problema é a queda de árvores sobre a rede elétrica.
Os imóveis afetados estão localizados entre as cidades de Boqueirão do Leão a Lajeado e também de Teutônia a Barão. As equipes da companhia estão nas ruas para tentar normalizar o serviço, mas encontra dificuldades de acessar os locais afetados.
Mais de 100 mil clientes da RGE estão sem luz nos vales do Taquari e do Sinos e nas regiões Norte, Serra e Planalto. A CEEE Equatorial não informou, até o final da tarde deste sábado, o número de clientes sem energia no Estado.
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul