Novos alertas divulgados pela Defesa Civil estadual apontam para a chance de novas inundações no Rio Grande do Sul ao longo desta quinta-feira (23), sobretudo na Fronteira-Oeste, regiões Sul e Central do mapa gaúcho. O motivo é a elevação dos níveis de rios, arroios e Lagoa dos Patos.
Junto com o aviso, o órgão reforça orientações básicas para que reside em áreas de risco para cheias. As diretrizes incluem evitar a circulação – a pé ou de veículo – por áreas alagadas: além do risco de cair em bueiros ou de ser arrastado por correnteza, a água contaminada pode transmitir doenças como a leptospirose.
A chuva em excesso sobre o Estado nos últimos dias já deixou cinco mortos e mais de 60 feridos. Nessa quarta-feira (22), aproximadamente 28 mil gaúchos permaneciam fora de suas residências. O rastro de destruição abrange ao menos 179 das 497 cidades gaúchas, incluindo a Capital.
Porto Alegre
O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) concluiu os reparos na comporta 13 do Cais Mauá, que vinha agravando os alagamentos na área do 4º Distrito (Zona Norte). Já a estação de tratamento das Ilhas permanecia inoperante.
Ao longo do dia, a Empresa Pública de Transporte e Circulação registrou 15 pontos com acúmulo de água em diferentes regiões da cidade. Destes, nove causavam bloqueio total e dois interrupção parcial da via. “O órgão permanece monitorando a situação do 4º Distrito, que apresentou diversos pontos de alagamento nos últimos dias”, informou a prefeitura.
A água do Guaíba, que inundou as ilhas e na terça-feira (21), chegou a vazar pelo sistema de comportas dos bairros Navegantes e Centro Histórico (alagando a avenida Mauá e ruas próximas à Ponte do Guaíba), invadiu a orla de bairros da Zona Sul como Ipanema, Guarujá e Belém Novo.
Na régua do Cais, o nível baixou de 3,41 para 3,30 metros (30 centímetros acima da cota de inundação), ainda assim o terceiro maior nível já registrado em Porto Alegre. Perde apenas para as marcas históricas de 1941 (4,75 metros) e 1873 (3,50 metros).
Contribuições
Conforme a Defesa Civil estadual, a população pode doar alimentos não perecíveis, cestas básicas e produtos de higiene e limpeza, além de dinheiro por meio do sistema pix. A conta é “SOS Rio Grande do Sul”, com CNPJ: 92.958.800/0001-38, via banco Banrisul.
Os itens de maior necessidade no momento são óleo, feijão e café – a lista de prioridades pode mudar. O órgão estadual publica atualizações diárias, no site sosenchentes.rs.gov.br.
Diferentemente do que ocorreu nas cheias de setembro, quando houve um pedido geral de doações, a mobilização atual se concentra em itens específicos. Também está centralizando os donativos em um único local: sua central logística, na avenida Joaquim Porto Villanova nº 201 (bairro Jardim Carvalho), em Porto Alegre, das 8h30min às 18h.
Algumas prefeituras do Interior têm realizado suas próprias campanhas em nível local, incluindo o chamamento para voluntários dispostos a trabalhar em operações de limpeza de ruas e outros espaços públicos nas cidades mais atingidas. Os interessados em contribuir devem se informar diretamente nas sedes administrativas municipais.
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul
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