Elizamar de Moura Alves, acusada de sedar e incinerar o seu marido, Erni Pereira da Cunha, dentro de uma fornalha em Dom Feliciano, na Região Sul do RS, foi absolvida na quarta-feira (27) pelo Tribunal do Júri da Comarca de Camaquã.
O julgamento, que durou 13 horas, foi presidido pelo juiz Daniel de Souza Fleury. A ré, que confessou o crime e estava presa preventivamente, respondeu por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Após a sentença, o juiz expediu o alvará de soltura.
O crime aconteceu em 15 de fevereiro do ano passado, na localidade de Colônia Nova, na zona rural de Dom Feliciano, onde o casal morava. De acordo com o Ministério Público, Elizamar, de 36 anos, diluiu dois comprimidos do medicamento Diazepam no suco de laranja do marido, de 43 anos. Desacordado, o homem foi colocado dentro da fornalha que fica na estufa de fumo da família. O corpo ficou queimando no local durante três dias.
Ao defenderem a absolvição de Elizamar, os advogados da mulher argumentaram que ela era vítima de violência doméstica e agiu em legítima defesa da própria vida e de seus filhos. Em plenário, foram ouvidas três testemunhas de acusação e três de defesa. Cabe recurso da decisão.