O ministro de Portos e Aeroportos Silvio Costa Filho disse no início da manhã desta quarta-feira (22), em entrevista à Rádio ABC 103.3 FM, que o governo pretende discutir a aviação no Rio Grande do Sul “depois do período emergencial” imposto pela enchente que fechou o Aeroporto Internacional Salgado Filho por tempo indeterminado.
Entre os projetos que deverão entrar em debate está o do Aeroporto Internacional 20 de Setembro, discutido há mais de uma década e que acabou perdendo força depois que a Fraport assumiu a concessão do aeroporto de Porto Alegre e promovendo melhorias, como ampliação do terminal de passageiros e da pista de pousos e decolagens. A concessão vai até 2043 e pode ser prorrogada por mais cinco anos.
O alagamento total do Salgado Filho — fechado desde o dia 3 de maio e sem qualquer previsão de reabertura — reafirma a necessidade de um novo aeroporto na Grande Porto Alegre. O 20 de Setembro foi projetado para ocupar uma área de 2,1 mil hectares entre Portão e Nova Santa Rita. Teria duas pistas — o Salgado Filho só tem uma — e estaria em área que não foi afetada pela enchente.
Segundo o ministro, neste momento a prioridade é iniciar a operação emergencial de voos comerciais na Base Aérea de Canoas (Baco), o que já vai ao menos aliviar a crise gerada pelo fechamento do Salgado Filho. As companhias já confirmam voos para entre o fim de maio e o início de junho. Serão cinco pousos e cinco decolagens por dia.
Silvio Costa Filho disse que o segundo passo mais urgente é trabalhar para a reabertura do Salgado Filho o mais breve possível. “Mas, paralelamente a este esforço, já iniciaremos um diagnóstico de outros aeroportos do Rio Grande do Sul”, frisou o ministro, pontuando que “depois que passar esse período mais emergencial, vamos começar a discutir aeroportos no RS, que são fundamentais para os negócios e o turismo”.
Além do projeto do aeroporto 20 de Setembro, o ministro também citou que “algumas demandas estão chegando”, fazendo referência à construção de um novo aeroporto na Região das Hortênsias. A Prefeitura de Canela já tem outorga para construção de um aerporto internacional, tema que vem sendo discutido há mais de 20 anos.
O projeto técnico está passando por revisão, mas a estimativa é de que custaria em torno de R$ 700 milhões. O cálculo não inclui as desapropriações de terra, que seriam necessárias embora boa parte do terreno já pertença ao Município de Canela. Lideranças da região entendem que, para sair, o projeto precisa contar com aporte da iniciativa privada.
Na entrevista à Rádio ABC 103.3 FM, o ministro de Portos e Aeroportos também falou da ampliação de voos em aeroportos regionais neste momento de crise. “A partir da semana que vem teremos os 35 voos semanais na Base Aérea de Canoas e mais 98 voos regionais em Caxias do Sul, Pelotas, Santa Maria, Uruguaiana, Santo Ângelo e Passo Fundo”, informou.
Silvio Costa Filho destacou ainda o apoio que vem sendo dado pelos aeroportos catarinenses de Florianópolis e Jaguaruna, na região de Laguna. Embora mais distantes, os terminais têm sido procurados por passageiros da região metropolitana por conta da facilidade de acesso, via free way, e porque sofrem menor interferência das condições climáticas, o que não é o caso de Caxias do Sul, por exemplo.
Créditos do texto/imagem: Portal ABC Mais.