Após o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) elevar em um ponto percentual a taxa Selic, para 12,75% ao ano, na quarta-feira (04), a Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul) afirmou que a elevação não poderia ter ultrapassado 0,75 ponto.
“Com a continuidade do conflito no Leste Europeu e os efeitos da política ‘zero covid’ na China, vemos um cenário desafiador para as cadeias industriais, ainda em recuperação”, disse o presidente da entidade, Gilberto Porcello Petry, ressaltando que o crescimento da inflação ocorre não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.
Além disso, de acordo com Petry, os juros no exterior começaram a subir muito tempo depois do que os juros brasileiros. “A taxa Selic saiu de 2% para 12,75% em pouco mais de 12 meses, um espaço de tempo muito curto. Os impactos desse aperto monetário ainda não se manifestaram completamente sobre a economia, e a atividade começa a dar sinais de enfraquecimento. Esse quadro sugere uma postura mais cautelosa do Banco Central daqui para a frente”, afirmou.
Fecomércio-RS
A Fecomércio-RS (Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS) também comentou a elevação da Selic. “A nova elevação dos juros confirma o ajuste esperado na dose do amargo remédio para combater a inflação, que segue elevada e persistente, tirando poder de compra das famílias e pressionando custos nas empresas. Juros em alta significam crédito mais caro, com as dívidas atreladas à Selic crescendo muito rapidamente, exigindo um esforço de adaptação ainda maior do empresário em um momento em que seguimos somando esforços para continuar a recuperação da crise provocada pela Covid-19. Estamos diante de tempos desafiadores em que as incertezas e condições do cenário internacional deixam espaço aberto não apenas para ajustes adicionais na Selic, mas para a possibilidade de ficarmos com a taxa de juros básica da economia mais alta por mais tempo”, afirmou o presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn.