Em discurso nesta quarta-feira (11/5) em Juiz de Fora (MG), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência da República, insinuou que, caso seja eleito, poderá rever as privatizações que sejam feitas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).
O petista aproveitou para passar um recado a possíveis investidores interessados na compr de empresas estatais: “Quem se meter a comprar a Petrobras, vai ter que conversar conosco depois da eleição”, disse o petista. Lula citou a Petrobras, a Eletrobras, os bancos públicos e os Correios como empresas na mira de privatização do atual governo federal.
“Parem de tentar privatizar as nossas empresas públicas. Quem se meter a comprar a Petrobras vai ter que conversar conosco depois da eleição. Pare de tentar privatizar a Eletrobras. Se não fosse a Eletrobras, não teria o programa Luz para Todos, que custou ao povo brasileiro R$ 20 milhões e só pôde ser feito porque a empresa era pública. Parem de privatizar os Correios”, apontou.
“Não tentem privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, o BNB e o Basa”, listou o petista, que ainda criticou a política implantada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de desinvestimento por parte do Estado e a venda das empresas.
“Aprendam a trabalhar, aprendam a investir, aprendam a fazer política econômica, ao invés de vender as coisas que já estão prontas”, destacou o petista. Lula ainda lamentou a venda da distribuidora BR, que era subsidiária da Petrobras.
“Uma vez, disseram para vocês: ‘Nós vamos privatizar a BR, nós vamos vender as empresas e aí vai ter muita competitividade, vai ter muita disputa e o preço vai baixar. Muitos de nós acreditamos. Aí, venderam a BR e hoje tem 392 empresas importando gasolina dos Estados Unidos sem pagar imposto e nós estamos hoje com a gasolina mais cara do mundo, com o óleo diesel mais caro do mundo”, ressaltou o petista.
Lula ainda criticou a “falta de ação” de Bolsonaro em resolver o problema do alto preço dos combustíveis e disse que as trocas de presidentes da Petrobras e a saída do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ocorrida nesta quinta-feira (11/5), não significam medidas efetivas.
“O presidente da República, em vez de ter coragem de colocar a mão e resolver o problema, fica trocando de presidente da Petrobras e de ministro de Minas e Energia”, disse o ex-presidente. “Bolsonaro, na verdade, não sabe o que está fazendo neste país”.
Nesta manhã, Bento Albuquerque foi exonerado do cargo e Adolfo Sachsida foi nomeado como titular da pasta. A mudança ocorre depois de críticas do próprio Bolsonaro à política de preços da Petrobras. No mês passado, Bolsonaro já havia trocado a presidência da empresa. Saiu o general Joaquim Silva e Luna e entrou José Mauro Coelho, atual presidente.
“Golpe”
Lula ainda criticou as falas de Bolsonaro sobre a possibilidade de interferência das Forças Armadas no processo eleitoral neste ano e os ataques ao sistema eletrônico de votação.
“Bolsonaro fala em golpe todo dia, a imprensa fala em golpe. Ele vai ver o golpe que ele vai sofrer no dia 2 de outubro. O povo brasileiro vai dar um golpe no autoritarismo dele e vai restabelecer a democracia neste país. Vai ser o primeiro golpe democrático e popular. Um golpe sem fuzil, sem metralhadora, um golpe sem embuste. É um golpe da eleição democrática”, falou.
“Ele está dizendo que a urna eletrônica vai praticar um roubo. Sabe por que eu confio na urna eletrônica? Porque se pudesse roubar na urna eletrônica, um torneiro mecânico não teria sido presidente da República duas vezes e o PT não teria sido o segundo partido em 1989, em 1994 e em 1998”, Finalizou Lula.
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