As safras recordes de trigo e soja registradas pelo Rio Grande do Sul em 2021 tiveram impacto positivo nos resultados de sua economia entre janeiro e março, com uma alta de 65,9% no valor obtido com as exportações do agronegócio durante o período. A informação tem como base comparativa o primeiro trimestre do ano passado.
Conforme o governo do Estado, os dois produtos foram os maiores responsáveis pelo desempenho. Em números absolutos, as vendas externas do setor totalizaram de US$ 3,4 bilhões, montante que representa US$ 1,3 bilhão a mais em relação aos três primeiros meses de 2021.
Registraram saldo positivos o complexo soja (US$ 770,5 milhões ou 144,2%), cereais, farinhas e preparações (US$ 737,9 milhões ou 201,4%), carnes (US$ 553,4 milhões ou 7,5%), fumo e seus produtos (US$ 493,2 milhões ou 37,4%) e produtos florestais (US$ 299,7 milhões ou 24,6%).
Os números e índices foram divulgados nesta quarta-feira (11) no boletim “Indicadores do Agronegócio do Rio Grande do Sul”. A publicação é elaborada periodicamente pelos técnicos do Departamento de Economia e Estatística (DEE).
No segmento de cereais, farinhas e preparações, a alta se deve à elevação nas vendas de trigo (mais US$ 470,2 milhões, ou 383,6%). A exportação do cereal no primeiro trimestre chegou a 1,97 milhão de toneladas, maior volume da série histórica iniciada em 1997.
“Com demanda em alta e oferta limitada, os preços médios do produto subiram 39,3% em relação ao mesmo período de 2021”, sublinhou o relatório.
Já no complexo soja, o aumento foi puxado pelo farelo (US$ 376,3 milhões ou 99,2%), grão (US$ 259,7 milhões ou 128,3%) e óleo (US$ 134,5 milhões ou 949,6%). “O aumento da oferta ainda é proveniente da safra recorde do Estado em 2021, quando totalizou 20,4 milhões de toneladas”, acrescentou o documento.
Outros produtos
No setor de carnes, a suína foi o produto com a maior redução absoluta de faturamento no período (US$ 104,7 milhões, com queda de 37,7%). A de frango (US$ 313,8 milhões, com alta de 23,8%) e a bovina (US$ 100,1 milhões ou 48,8%), por sua vez, subiram por causa da maior demanda dos Estados Unidos e China.
No setor de fumo e derivados, o trimestre marcou o maior volume exportado de toda a série histórica, com 147,3 mil toneladas, uma alta de 29,3% na mesma base cronológica de comparação. Principal produto do segmento, o fumo não manufaturado registrou vendas de US$ 461,7 milhões entre janeiro e março, 40,4% a mais que no primeiro trimestre de 2021.
Dentre os principais destinos das exportações gaúchas, a União Europeia superou a China no período, recebendo 19,8% de tudo o que o agronegócio do Rio Grande do Sul vendeu no trimestre. O país asiático vem na segunda posição (17,7%), seguido da Arábia Saudita (5,1%), Indonésia (4,7%) e Estados Unidos (4,7%).
Emprego formal
Período do ano de maior contratação de mão de obra no campo, o primeiro trimestre de 2022 registrou um saldo positivo de 21.291 empregos formais no agronegócio gaúcho. A diferença entre o número de admissões e de desligamentos ficou um pouco abaixo do observado (26.473) no mesmo período do ano anterior.
Também nos três primeiros meses deste ano, o agronegócio foi o responsável por 37,8% do saldo total de empregos gerados no Rio Grande do Sul, que teve 56.337 vagas formais.
(Marcello Campos)