Mais de 4,8 milhões indivíduos residentes no Rio Grande do Sul já receberam a primeira vacina de reforço contra covid, contingente que representa 42% da população geral do Estado, que é de quase 11,43 milhões. Se for considerado apenas o segmento populacional apto a receber a proteção-extra (adultos, idosos e imunossuprimidos), esse índice sobe para 53,6%.
A má notícia é que outros 2,93 milhões de gaúchos já estão aptos mas ainda não realizaram o procedimento. E como se não bastasse, 746.019 delas sequer providenciaram a segunda dose do esquema primário de imunização, em uma defasagem que se mantém sem alteração considerável nas últimas semanas.
Os números constam na atualização estatística fornecida nesta sexta-feira (13) pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) por meio do portal de monitoramento vacina.saude.rs.gov.br. Ainda não há dados sobre os motivos para tamanho déficit, que podem envolver desde a o esquecimento dos prazos até posturas negacionistas.
Situação geral
– A estatística disponível até o momento mostra que mais de 9,66 milhões de habitantes do Estado já receberam primeira dose de alguma vacina contra a Covid.
– Quase 8,79 milhões foram contemplados com a segunda injeção (para 315.990 o imunizante ministrado foi o da Janssen, com aplicação em dose única).
– O primeiro reforço vacinal, por sua vez, abrange mais de 4,78 milhões de gaúchos, conforme mencionado anteriormente neste texto.
– Já a segunda aplicação-extra (“quarta dose”) totaliza 347.406 procedimentos. O número abrange 163.950 idosos a partir dos 70 anos e 183.456 indivíduos com baixa imunidade, únicos segmentos populacionais contemplados por essa etapa da campanha.
Mudança de critério
Vale ressaltar que desde abril a Secretaria Estadual da Saúde considera que o esquema completo de imunização só existe quando já foi aplicada a primeira injeção de reforço. Antes, tal status levava em conta quem recebeu duas doses (ou aplicação única) – condição agora renomeada para “esquema vacinal primário”.
Atualizado diariamente e disponível para consulta por qualquer cidadão, o painel virtual também passou a divulgar a dados sobre o andamento da segunda dose de reforço. Atualmente, essa aplicação é recomendada a partir dos 80 anos.
Conforme o governo do Rio Grande do Sul, as mudanças têm por finalidade reproduzir na estatística oficial a constatação – comprovada cientificamente – de que a melhor proteção contra a covid pressupõe justamente a aplicação da dose-extra, atualmente disponível a partir dos 18 anos e para grupos de maior risco para a doença.
“Trata-se de uma avaliação dinâmica, já que nos primeiros tempos da ofensiva contra covid o esquema completo era representado pela segunda dose ou dose única, mas isso mudou”, explicou na ocasião a Secretaria Estadual da Saúde na ocasião.
Análises técnicas mais recentes confirmam uma redução expressiva nas chances de óbito por covid para quem recebeu o reforço vacinal. Idosos com essa proteção adicional têm risco 17 vezes menor de morrer pela doença, se comparados aos indivíduos sem qualquer dose até o momento. Já para o segmento de 40 a 59 anos, essa proporção é 14 vezes menor.
(Marcello Campos)