O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, defendeu nesta segunda-feira (16/5) que é necessário “virar a página” sobre as críticas às urnas eletrônicas brasileiras. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
“O que não podemos é permitir que instituições a essa altura, depois de tudo demonstrado, de como é que funciona todo o mecanismo da Justiça Eleitoral, ainda insista em questionar as urnas eletrônicas. Nós devemos superar essa fase, virar essa página”, ressaltou.
“O Congresso Nacional decidiu que o voto é eletrônico e que não há voto impresso. Então, essa é a nossa realidade, e repito: absolutamente confiável”, finalizou.
Em defesa frequente do Poder Judiciário, da democracia e do processo eleitoral, Rodrigo Pacheco tem dito que o Judiciário sofre ataques “absolutamente sem fundamento algum, sem laço probatório, sem razoabilidade”.
O presidente do Senado, porém, não direcionou as críticas diretamente para Jair Bolsonaro (PL), que tem questionado o sistema eleitoral brasileiro e as instituições com frequência. “Meu papel é com teses, com causas e não com pessoas”, pontuou, quando perguntado sobre a ausência de direcionamento das críticas.
Participaram da bancada do Roda Viva, nesta segunda-feira, a jornalista e apresentadora do programa, Vera Magalhães, a diretora-executiva do Metrópoles, Lilian Tahan, o editor do Painel da Folha de S.Paulo, Fabio Zanini, a editora-executiva do Estadão em Brasília, Andreza Matais, o âncora da Rádio CBN e colunista do jornal O Globo, Carlos Andreazza, e Denise Rothenburg, colunista do Correio Braziliense e comentarista da Rede Vida.
Veja a entrevista na íntegra:
Bolsonaro voltou a se exaltar nesta segunda ao falar sobre as eleições presenciais deste ano. Em discurso exaltado durante a tarde, o presidente da República disse que as eleições de 2022 podem “ser conturbadas”. Aos gritos, o mandatário fez um discurso repleto de palavrões durante a cerimônia de abertura da 36ª Edição da Apas Show, em São Paulo, um evento do setor de supermercados.
“Se a gente se entregar, vocês [empresários] vão levar 50 anos ou mais para voltar a situação que está hoje em dia. Não sou fodão, não, mas creio que já dei provas mais que suficientes a todos que a gente tem que conduzir com pulso firme o destino do Brasil”, disse Bolsonaro durante o evento.
O chefe do Executivo federal ainda voltou a questionar a segurança e a legalidade das eleições de outubro.
“Vocês foram excepcionais nessa pandemia, mas tudo pode acontecer. Poderemos ter outra crise. Poderemos ter eleições conturbadas. Imagine acabarmos as eleições e pairar para um lado, ou para o outro, a suspeição de que elas não foram limpas? Não queremos isso”, disse Bolsonaro.
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