O bilionário Elon Musk anunciou, via Twitter, que lançará a rede Starlink para conectar 19 mil escolas em áreas rurais e monitorar a Amazônia. O empresário chegou ao Brasil na manhã desta sexta-feira (20) para um encontro com o presidente Jair Bolsonaro, políticos e empresários.
“Superanimado por estar no Brasil para o lançamento da Starlink em 19 mil escolas não conectadas em áreas rurais e também para o monitoramento ambiental da Amazônia”, disse Musk na publicação.
O encontro ocorreu em um evento no interior de São Paulo. Musk não deu detalhes sobre os serviços que pretende prestar. O governo federal também não confirmou as informações divulgadas pelo empresário até o momento. Mas o ministro das Comunicações, Fábio Faria, postou nas redes sociais que Musk veio “para tratar com o governo brasileiro sobre Conectividade e Proteção da Amazônia”.
Elon Musk, que em abril anunciou acordo de compra do Twitter por cerca de US$ 44 bilhões (aproximadamente R$ 215 bilhões), é o homem mais rico do mundo e tem um patrimônio avaliado em US$ 219 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão), segundo ranking da “Forbes”.
Ele é dono da empresa de transporte espacial SpaceX, onde opera também o serviço de internet via satélite, e comanda a Tesla, fabricante de carros elétricos.
Starlink e SpaceX
Em janeiro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) concedeu o direito de exploração no Brasil de satélite estrangeiro não-geoestacionário de baixa órbita para a Starlink, sistema de satélites da SpaceX, de Musk. Com isso, a empresa vai poder oferecer seu serviço de internet em todo o território brasileiro, com direito de exploração até 2027.
A autorização da Anatel foi concedida após reunião do ministro Fábio Faria com Musk nos Estados Unidos, em novembro do ano passado.
Em fevereiro deste ano, o governo do Amazonas também informou manter contato com a SpaceX para a instalação de tecnologia da empresa do bilionário no estado. Musk já havia manifestado interesse em iniciar operações da Starlink na região.
Na manhã desta sexta, em uma conversa com alunos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Musk foi questionado sobre como poderia garantir que as operações da Starlink na Amazônia promovam a proteção da floresta e a privacidade dos dados coletados.
O magnata disse que a Starlink tem uma política bem rigorosa dos dados: “Mesmo que quiséssemos, não saberíamos qual dado pegar”, afirmou. “Sobre proteger a Amazônia, temos que usar os dados, porque a Amazônia é gigantesca. Se você tentar fazer um monte de fotos e vídeos para entender o que esta acontecendo, a quantidade de dados a ser transmitida será enorme, então, precisamos dessa conectividade para monitorar a Amazônia efetivamente.”
Foco em regiões distantes dos grandes centros
A internet via satélite existe há anos, mas Musk, Bezos e outros investem em outro modelo do serviço. Hoje, a maioria dos provedores desse tipo de rede usa grandes satélites em órbita geoestacionária, isto é, que acompanham a rotação da Terra e permanecem sobre uma mesma região.
No caso do Starlink e do futuro serviço da Amazon, os satélites ficam na chamada órbita terrestre baixa, mais próxima da Terra. Eles estão próximos à Estação Espacial Internacional e ao telescópio Hubble.
Com uma distância menor, os novos satélites prometem diminuir a latência, que indica quanto tempo uma informação leva para sair de um ponto e chegar ao seu destino. Nos dois casos, porém, o foco está em regiões distantes de grandes centros.