O pesquisador brasileiro Tulio de Oliveira está entre as 100 pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista Time. A publicação divulgou a prestigiosa lista – que aponta pessoas que exerceram influências ao longo do ano, não necessariamente positiva – nesta segunda-feira (23), na qual também entraram nomes como os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, além do líder do Chile, Gabriel Boric, que assumiu o governo do país há dois meses com apenas 36 anos.
Tulio é diretor do Centro para Respostas e Inovação em Epidemias (CERI) na África do Sul, onde vive desde 1997. Ele ganhou destaque ao chefiar uma das equipes envolvidas na descoberta da variante ômicron do coronavírus no país e por compartilhou os dados com a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 24 de novembro.
O pesquisador brasileiro já havia sido selecionado como um dos 10 cientistas mais influentes de 2021 pela revista científica Nature. A seleção, feita anualmente pelos editores da Nature, tem por objetivo destacar os indivíduos que mais contribuíram com a ciência no ano.
Descoberta da ômicron
O pesquisador brasileiro chefiou uma das equipes envolvidas na descoberta da ômicron na África do Sul. Em entrevista à GloboNews em dezembro, ele comentou que o suporte do presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, foi fundamental após a ômicron ser identificada. A partir desse contato, ele pode falar diretamente com o ministro da Saúde do país, Joe Phaahla, e na televisão.
“Eu acho importante agir rápido e a transparência cientifica”, disse. “Porque isso deixa preparar os hospitais e o mundo. A gente tem a variante super transmissível, a ômicron, mas os hospitais foram preparados. A gente não está tendo os hospitais completamente cheios, o oxigênio foi preparado, então a mortalidade está baixa”, explicou.
Ele lembrou que a variante foi identificada em 36 horas, e, após informar o presidente, o ministro da Saúde e ir a público, em 24 horas houve a reunião com a OMS, que classificou a variante como preocupante.
Segundo Oliveira, foi a primeira vez que em horas houve a descoberta, validação e reação mundial. O processo, normalmente, exige um prazo de meses até a resposta, afirma. Com isso, foi possível manter uma baixa taxa de mortalidade.
Sonia Guajajara
A ativista brasileira Sonia Guajajara, também integra a lista da Time. Atualmente a líder indígena é coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil pela Amazônia (Apib).
Em abril do ano passado, Guajajara foi intimada pela Polícia Federal a prestar depoimento por conta de críticas que a ativista fez ao governo federal pela falta de apoio à população indígena em um documentário. Um mês depois, o inquérito foi arquivado.