Vítima de um câncer renal, o jornalista porto-alegrense David Coimbra morreu na manhã desta sexta-feira (27) no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, quase um mês após completar 60 anos. Casado e pai de um adolescente de 13 anos, ele lutava contra a doença desde 2013, período em que chegou a morar em Boston (EUA) para se submeter a tratamento.
Mensagens emocionadas partiram de colegas do grupo RBS (responsável pela Rádio Gaúcha e jornal ‘Zero Hora’, nos quais Coimbra trabalhava há vários anos) e de veículos concorrentes. “Um grande colega e um profissional único, que deixa uma lacuna muito grande. Insubstituível”, frisou o executivo Cláudio Toigo, da empresa de comunicação.
Nas redes sociais, internautas também lamentaram a perda. A Dupla Grenal também se manifestou oficialmente.
O Grêmio – paixão clubística raramente mencionada por Coimbra – publicou a seguinte nota: “Um dos grandes da comunicação gaúcha, David informou, opinou, apresentou e sempre cativou. Fez história”. Texto semelhante foi assinado pelo Inter: “Um profissional que soube expressar com maestria sua paixão pelo futebol e pela cultura”.
Também não faltaram manifestações de autoridades como o governador gaúcho e o prefeito de Porto Alegre.
“David Coimbra fez parte do dia-a-dia dos gaúchos e seu legado continua (…). Obrigado pelas palavras cotidianas”, compartilhou Ranolfo Vieira Júnior. Sebastião Melo seguiu na mesma linha: “Foi um pensador de extremo talento e que lutou bravamente pela vida. (…). Fica o legado ao bom jornalismo e à defesa das causas importantes à cidade e ao Rio Grande do Sul”.
Trajetória iniciada na década de 1980
Nascido em 1962 e criado no bairro do IAPI (Zona Norte), David Coimbra era formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) em 1984. Trabalhou na Editora Sulina e nos jornais como ‘Diário Catarinense’ e ‘Correio do Povo’. Na RBS, destacou-se na hoje extinta emissora TV COM e, principalmente, na Rádio Gaúcha e jornal ‘Zero Hora’.
Obteve reconhecimento profissional como repórter, colunista, editor de Esportes, apresentador, cronista e escritor. Nessa última atividade publicou diversos livros, incluindo “Canibais – Paixão e Morte na Rua do Arvoredo”, “Jogo de Damas”, “História dos Grenais” e “Hoje Eu Venci o Câncer”, lançado em 2018.
Nos últimos anos, era um dos apresentadores do programa “Timeline” e integrava a equipe do programa de debates esportivos “Sala de Redação”, ambos na Rádio Gaúcha.
Em meio ao agravamento de sua situação de saúde nas últimas semanas, ele escreveu uma coluna sobre os problemas, dilemas e até sentimentos positivos suscitados pela doença. Domingo passado ele deu entrada no Hospital Moinhos de Vento: seria a sua derradeira internação.
(Marcello Campos)