Um brasileiro que está combatendo ao lado de soldados ucranianos contra forças russas relatou nas redes sociais a morte do gaúcho André Hack Bahi, de 43 anos. O Ministério das Relações Exteriores informou que não poderia confirmar a morte, mas a Embaixada do Brasil em Kiev estava apurando os relatos de que um brasileiro teria em conflito em território ucraniano.
Em seu perfil no Facebook, a irmã de Bahi, Tatiane Hack Bahi, informou que a família também ainda não tem a confirmação da morte, “apenas notícias e publicações”. “Nós, familiares e amigos, estamos em busca da verdade. Vamos lutar por isso Hack Andre Bahi. Te amamos e te esperamos.”
Em seu perfil no Instagram, André Kirvaitis prestou uma homenagem em um post com fotos e vídeos ao lado de Bahi na Ucrânia. “Mais um soldado ânimo que, como outros, deu a vida em combate pela liberdade e pela paz”, disse no post, marcando o perfil de Bahi. Se confirmada oficialmente, essa seria a primeira morte que se tem notícia de um brasileiro no conflito iniciado com a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro.
No post, Kirvaitis fala sobre os três meses que os dois passaram juntos e agradece ao colega por ter salvado sua vida em Irpin, cidade próxima de Kiev. “Só Deus sabe o que passamos”, disse Kirvaitis.
Tanto o perfil de Kirvaitis como o de Bahi no Instagram divulgam um link da Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, para a qual os brasileiros dizem ter se voluntariado.
O site, lançado pelo governo ucraniano em março, dá instruções a estrangeiros de pelo menos 60 países de como se voluntariar. Na aba dedicada ao Brasil, as instruções levam ao site e às informações de contato da Embaixada da Ucrânia. Procurada, a embaixada ainda não se manifestou.
Outro combatente também relatou a morte de Bahi, um peruano que se identifica no Facebook como WiMan HA: “Adeus ao colega que fez todos os dias parecerem um dia normal, seu apoio e encorajamento durante os momentos difíceis e os bons foram inseparáveis”.
Segundo relatos, Bahi teria morrido em confronto com os russos em Severodonetsk, onde os combates se intensificaram nas últimas semanas. A tomada da cidade é fundamental para a Rússia assumir o controle de toda a região do Donbas, no leste.
Em nota enviada à reportagem, o Itamaraty confirmou que busca as informações sobre o que houve com Bahi e explica que está à disposição para prestar a assistência cabível.
“Assim como tem feito desde o começo do conflito, o Itamaraty continua a desaconselhar enfaticamente deslocamentos de brasileiros à Ucrânia, enquanto não houver condições de segurança suficientes no país”, reforça a nota.