O número de vítimas de homicídios no Rio Grande do Sul reduziu 5,3% em maio, na comparação com o mesmo mês no ano passado. Em sequência da tendência verificada nos últimos três anos, desde a implantação do RS Seguro, o indicador caiu de 132 para 125 assassinatos no período – o menor total desde 2007.
Em relação às 171 mortes registradas em maio de 2018, antes da criação do programa, a queda chega a 26,9%, e frente ao pico de 233, um ano antes, a retração atinge 46,4%. Os dados integram a divulgação mensal de indicadores de criminalidade no Estado, realizada nesta quinta-feira (09) pela SSP (Secretaria da Segurança Pública).
Os números destacam ainda o impacto do foco territorial no combate ao crime, a partir do acompanhamento intensivo de indicadores pela GESeg (Gestão de Estatística em Segurança) do RS Seguro.
Em maio, oito dos 23 municípios priorizados pelo programa para esse fim encerraram o mês sem homicídios: Cachoeirinha, Capão da Canoa, Esteio, Guaíba, Ijuí, Lajeado, Sapucaia do Sul e Tramandaí. Em Cachoeirinha, este é o quarto mês consecutivo em que o indicador fica zerado. O mesmo ocorre em Guaíba desde março, e nos últimos dois meses em Esteio, Ijuí e Lajeado. Do conjunto de 23 cidades, 16 terminaram maio com queda ou estabilidade no número de vítimas de assassinatos.
No acumulado desde janeiro, os homicídios também estão em queda. O RS somou 680 vítimas até o final de maio, 2,3% menos que as 696 dos primeiros cincos meses de 2021. Comparada com 2018, quando o total no período foi de 1.081 vítimas, a marca atual representa queda de 37,1%.
Os resultados nesse recorte também evidenciam o impacto do RS Seguro na diminuição dos crimes. No ranking das 10 maiores quedas de homicídio quando comparados os períodos de janeiro a maio deste ano e do anterior, seis ocorreram em municípios que integram o grupo priorizado pelo programa.
De fora do bloco, chama atenção o resultado em duas cidades do Interior que no ano passado haviam registrado assassinatos em número além do habitual e, agora, estão desde o início de 2022 com indicador de homicídios zerado: Candelária, no Vale do Rio Pardo, e São Gabriel, na Fronteira Oeste.
Em Porto Alegre, os homicídios em maio caíram pela metade na comparação com o mesmo mês no ano passado. O número de vítimas baixou 51,9%, de 27 para 13, o menor total para o período desde 2010.
Com o resultado, o cenário no acumulado desde janeiro também retomou a curva descendente observada nos últimos três anos, após a alta pontual em março em razão de conflitos entre organizações criminosas na zona sul da cidade, rapidamente reprimidos pelas forças de segurança.
Na soma dos cinco meses, a Capital contabiliza 115 vítimas de homicídios, quatro a menos que em igual intervalo de 2021 (-3,4%) e também o menor total da década. Na comparação com os 278 assassinatos cometidos em 2018, antes da implantação do RS Seguro, no qual Porto Alegre faz parte do grupo priorizado, o número atual representa redução de 58,6%.
O principal desafio em relação aos homicídios ainda é enfrentado no município de Rio Grande, na Região Sul. A disputa localizada a partir da tentativa de uma organização criminosa do Vale do Sinos em se fortalecer na cidade, sob grande resistência de outra organização local, tem sido responsável pelo aumento no número de assassinatos fora da curva dos últimos dois anos.
O cenário também se acirra com a tentativa de se estabelecer uma rota de tráfico internacional de drogas passando pelo Porto de Rio Grande. A elevação do indicador na cidade também é ressaltada em razão de o município ter zerado o número de homicídios ao longo de meses seguidos no ano passado.
Latrocínios no RS se mantêm no menor total da série histórica em maio
O Estado repetiu em maio o número de roubos com morte no mesmo mês do ano passado – três casos. É o menor total já registrado para o período em toda a série histórica, iniciada em 2002. Feita a comparação com 2018, quando houve oito latrocínios em maio, a queda alcança 62,5%.
No acumulado desde janeiro, o cenário é também praticamente de estabilidade, com 25 casos, um a mais que nos cinco primeiros meses de 2021, quando houve a única marca menor em toda a série histórica. Frente ao pico, com 84 casos entre janeiro e maio de 2017, a redução chega a 70,2%.
Na Capital, o indicador ficou zerado em maio e, no acumulado de cinco meses, teve redução de 71,4%, caindo de sete latrocínios no ano passado para dois, repetindo o menor total da série, de 2012.