Em 2020, as empresas de Construção com 5 ou mais pessoas ocupadas empregavam no Rio Grande do Sul 94.181 pessoas, uma redução de 3,8% (menos 3,7 mil trabalhadores) frente a 2019, sexta variação negativa desde 2014, segundo dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada nesta quarta-feira (15) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De 2011 a 2020, o setor perdeu 23,6% de seus postos de trabalho (ou 29,2 mil trabalhadores a menos). No decênio analisado, o auge da ocupação foi em 2013, com 138.111 trabalhadores. De 2013 a 2020, a perda de postos de trabalho chegou a 31,8% (menos 43,9 mil).
Apesar da perda, a PAIC mostra que o Estado manteve a 6ª posição entre as unidades da federação de maior contingente de pessoal ocupado, o equivalente a 5,2% do total do País.
Entre 2011 e 2020, o número médio de pessoas ocupadas nas empresas de Construção atuantes no Estado caiu de 27, em 2011, para 18, em 2020.
Remuneração média cai de 2,5 para 2,3 salários-mínimos
As empresas de Construção atuantes no Rio Grande do Sul pagaram R$ 2,9 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações em 2020. De 2011 para 2020, o salário médio mensal da indústria da Construção passou de 2,5 para 2,3 salários-mínimos. Entre as unidades da federação, a maior remuneração média em 2020 foi registrada no Amapá (2,9 salários-mínimos) e a menor no Rio Grande do Norte (1,5 salário-mínimo).
O Rio Grande do Sul tem participação de 32,6% no valor das incorporações, obras e/ou serviços da Região Sul
A indústria da Construção gerou no Rio Grande do Sul R$ 17,9 bilhões em valor de incorporações, obras e/ou serviços em 2020, o que representa uma participação de 6,2% no valor total gerado no Brasil (R$ 289,5 bilhões) e de 32,6% na Região Sul (R$ 55,0 bilhões).
Entre 2011 e 2020, a pesquisa mostrou ganho de participação do estado no total do país (de 4,5% para 6,2%) e perda na região (de 34,3% para 32,6%). O Paraná manteve a maior participação na Região Sul no período, aumentando de 39,4% para 41,1%, enquanto Santa Catarina se manteve praticamente estável, passando de 26,2% para 26,3%.
No conjunto, a Região Sul aumentou de 13,2% para 19,0% sua participação no valor gerado na Construção. Ultrapassou assim a Região Nordeste, passando a ocupar o segundo lugar no ranking regional.
Desde 2014, quase 700 empresas encerraram as atividades no Estado
A indústria da Construção tinha 5.334 empresas atuantes no Rio Grande do Sul em 2020. Houve queda de 1,9% (menos 101 empresas) frente a 2019, após redução de 3,7% no ano anterior. Já em relação a 2011, o número de empresas do setor cresceu 17,5% (mais 796). Nesse intervalo, o Estado esteve entre as 13 unidades da federação que tiveram aumento nesse indicador, que chegou a 46,1% em Mato Grosso, contra a queda mais intensa de 46,3% ocorrida no Acre.
O auge da série histórica, entretanto, foi em 2014 (6.029 empresas) e desse ano até 2020, houve uma queda de 11,5% (ou 695 empresas a menos na indústria da Construção).
No Brasil
De acordo com a pesquisa, a ocupação cresceu no País, mas os salários caíram na indústria da construção em 2020. O País tinha 131.809 empresas de Construção em 2020, que empregavam 2,0 milhões de pessoas.
Frente a 2019, o número de empresas cresceu 5,4% e o pessoal ocupado aumentou em 3,8%. Entre os segmentos da Construção, o setor de infraestrutura foi o que mais cresceu na geração de empregos, com alta de 10,9% em número de pessoas ocupadas, enquanto a ocupação no setor de serviços especializados caiu 3,3%. Já o salário médio mensal da Construção caiu ao menor nível da série iniciada em 2007: 2,2 salários mínimos em 2020.