04/07/2022 às 12h06min - Atualizada em 04/07/2022 às 18h21min
Quais os papéis do gerente e do líder?
SALA DA NOTÍCIA Regina Campilongo
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*Por Regina Campilongo Sou um gerente ou um líder? A resposta mais provável é que você seja um gerente e um líder. Atualmente, definimos como objetivo principal do gerenciamento o foco no funcionamento do sistema vigente, conceituando os gerentes como pessoas que criam agendas contendo planos e execução. Esse conceito do gerente é proveniente da revolução 1.0 e 2.0, onde prevalecia o comando controle e a gestão era baseada na linha de produção. Taylor e Ford eram os grandes influenciadores da época e os mecanismos de controle comparavam o comportamento do sistema com os planos estabelecidos, sendo que o único propósito do sistema era auxiliar as pessoas na conclusão de suas rotinas, todos os dias. Já o conceito de líder nasce durante a revolução 3.0 e é resultado de como lidamos com a rapidez das mudanças atuais, resultantes da lei de Moore: “Em 1965, Gordon Moore fez uma previsão que determinaria o ritmo da revolução digital moderna. A partir da observação cuidadosa de uma nova tendência, Moore concluiu que o poder da computação aumentaria tremendamente e que o seu custo relativo cairia a um ritmo vertiginoso” (Intel). Nesse caso, o objetivo principal da liderança é viabilizar e concretizar mudanças por meio da criação de visões e estratégias. Por qual motivo existe tanta confusão na identificação dos papeis do gerente e do líder e por que é importante reconhecermos a diferença? Primeiramente, a liderança e o gerenciamento são complementares, não se excluem. Ambos compartilham o objetivo de uma forma clara e focam na capacidade de produzir comportamentos energizados, cruciais para lidar com as barreiras inevitáveis do dia a dia, gerando movimento. E quando falamos em movimento, falamos sobre resultado e performance. Gerenciar é lidar com a complexidade, que está diretamente relacionada com a ordem, a qualidade e a lucratividade. Liderar é lidar com a volatilidade e com a inspiração, com as pessoas e com a mudança, e estes são justamente os motivos pelo quais temos sido fortemente cobrados para nos tornarmos grandes líderes. Observamos que as características que levam o profissional até uma posição de gestão são as habilidades de gerenciamento, enquanto o que o levará adiante serão as suas habilidades de liderança. Uma liderança forte, sem gerenciamento, está arriscada ao caos; por outro lado, um gerenciamento forte, sem liderança pode levar a empresa a uma burocracia mortal, diz John P. Kotter em seu livro “Alina, o que fazem os líderes”. Por meio de programas de treinamento, as empresas preparam seus líderes e investem na ampla capacidade de motivar, engajar, performar e gerar resultados. Enquanto o gerenciamento controla as pessoas, a liderança as motiva, e o grande desafio é como mensurar os resultados da liderança, partindo do princípio que as atividades do líder são, na maioria das vezes, intangíveis. Uma dica é definir KPI (Key Peformance Indicator - Indicador chave de desempenho) para medir se uma ação ou projeto está efetivamente atendendo os objetivos propostos. Durante os anos de 2020 e 2021 conduzimos um projeto para líderes humanizados de um banco que estava encerrando as operações no Brasil. O objetivo era trabalhar competências de automotivação, motivação das equipes, engajamento e entrega dos resultados finais. Como o processo levaria dois anos e meio, manter os talentos-chave até o final era fundamental. Utilizamos a retenção como a medida do sucesso, ou seja, se 100% dos talentos seguissem até o final do projeto, o treinamento teria alcançado o seu objetivo, os líderes teriam se desafiado e desafiado a sua equipe e o resultado seria alcançado. Os líderes seguiram com as funções gerenciais até a entrega final, aprimoraram as competências de liderança e foram reconhecidos mundialmente pelo comprometimento até o encerramento. Então, para toda ação de treinamento voltada para desenvolver ou aprimorar competências da liderança, defina uma forma de medir o retorno sobre o investimento e garanta o resultado desejado, tendo clara a importância do papel do gerente e a importância do papel do líder. Dessa forma, será possível tangibilizar as conquistas da equipe e do próprio líder, o que inspira e motiva todos a novos desafios. Regina Campilongo – Sócia fundadora da Moving Forward Heads, professora, designer e facilitadora de programas de treinamento comportamentais organizacionais, mentora estratégica ágil, conselheira Trends innovation, Master IE.