O IDI-RS (Índice de Desempenho Industrial gaúcho), divulgado pela Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), nesta quarta-feira (06), caiu 2,3% em maio em relação a abril, após aumentos consecutivos nos dois meses anteriores que chegaram a 1,7%.
Nos últimos seis meses, o índice de atividade alternou altas em janeiro, março e abril, e baixas em dezembro, fevereiro e maio, resultando em um quadro de estabilidade. Mesmo com a queda, o IDI-RS esteve, em maio, 8,1% acima do nível anterior ao da pandemia, em fevereiro de 2020.
Um dos destaques positivos na pesquisa foi o emprego, que ao subir 0,8% completou dois anos ininterruptos de crescimento, com 16,6% no acumulado, e chegou ao patamar mais alto desde março de 2015.
A decomposição do IDI-RS revelou que o desempenho negativo, em maio, foi determinado pela forte contração das compras industriais (-8,3%) e das horas trabalhadas na produção (-0,4%).
Em sentido contrário, além do emprego, também avançaram o faturamento real (1,8%) e a massa salarial real (2,2%) enquanto a UCI (utilização da capacidade instalada) ficou estável em 81,6%.
Nas comparações anuais, a melhora é bem visível em relação a 2021. Relativamente a maio do ano passado, a atividade industrial gaúcha teve crescimento de 6,1%. Foi a 21ª elevação consecutiva e a mais expressiva do ano, devido em parte à base de comparação muito baixa, pois maio de 2021 foi o mês mais fraco do ano para a atividade industrial. Não bastasse isso, ainda teve um dia útil a menos em meio à segunda onda da Covid-19 e aos gargalos na cadeia de suprimentos.
Desta forma, o IDI-RS passou a acumular subida de 4,4% nos primeiros cinco meses de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado, com cinco de seus seis componentes em alta: horas trabalhadas na produção (8,3%), massa salarial real (6,3%), emprego (6,2%), compras Industriais (5,7%) e faturamento real (2,8%). Apenas a UCI, com grau médio de 81,3% em 2022, registrou queda, de 0,6%.
Ainda na comparação com os cinco primeiros meses de 2021, a expansão da atividade foi pouco disseminada, em somente metade dos 16 setores pesquisados, sendo impulsionada por Máquinas e equipamentos (11,6%), Veículos automotores (13,3%) e Couros e calçados (9,4%). As principais influências negativas partiram dos setores de Produtos de metal (-3,3%), Móveis (-6,6%), Alimentos (-0,9%) e Metalurgia (-8,7%).
Tendência
Segundo aponta a pesquisa da Fiergs, o quadro geral dos indicadores industriais do Rio Grande do Sul mostrou, em maio, que os gargalos nas cadeias de suprimentos e os custos crescentes, juntamente com o aumento dos juros e da inflação, continuam limitando e determinando a estabilidade e a trajetória errática do setor.
Mas, como fatores positivos, destacam-se os bons resultados das exportações e do agronegócio, cenário que não deve se alterar substancialmente nos próximos meses. A atividade, porém, deve sentir com mais ênfase os efeitos dos juros altos e da maior incerteza com a proximidade das eleições. A tendência para a atividade industrial gaúcha aponta para a continuidade do ritmo modesto e irregular.