Nesta terça-feira (12), o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) denunciou 13 integrantes de uma organização criminosa que utilizava uma série de empresas (principalmente postos de combustíveis) para lavar dinheiro obtido com o tráfico de drogas. O grupo já teve bloqueados até agora mais de R$ 80 milhões em dinheiro, imóveis e veículos.
Deflagada por agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da promotoria gaúcha, a ofensiva resulta da conclusão de investigações iniciadas em 2020 e que já teve outras etapas. O alvo é uma facção estabelecida no Rio Grande do Sul e responsável pela movimentação de altas somas em dinheiro.
Dentre os bens indisponibilizados destaca-se uma fazenda situada no Mato Grosso do Sul cujo tamanho é quase o tripo da área de Porto Alegre. A propriedade é avaliada em R$ 42 milhões e conta com pista para pouso.
Fases anteriores
Na primeira fase da operação foram cumpridas 27 ordens judiciais, sendo oito mandados de busca e apreensão e 19 medidas constritivas de indisponibilidade de veículos e contas bancárias tanto de pessoas físicas quanto jurídicas em Novo Hamburgo, Sapiranga e Bento Gonçalves, além de Itapema (SC). Um indivíduo foi preso por porte ilegal de munição.
Já a segunda etapa abrangeu mandados de prisão, busca, apreensão e indisponibilidade de bens. Na ocasião, foi preso em Torres o principal operador do grupo criminoso e considerado o responsável por operações de lavagem de dinheiro e negociação de drogas.
Dentro da cadeia
O outro mandado foi cumprido contra o líder da organização, que já cumpria sentença na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Região Carbonífera). Mesmo preso, ele coordenava diversas ações de seus comandados.
Foram decretadas, ainda, medidas constritivas de indisponibilidade de sete imóveis avaliados em dezenas de milhões de reais, incluindo fazendas no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso.
Em 30 de junho e 22 de julho de 2021, já haviam sido oferecidas duas denúncias, pela prática de delitos de associação ao tráfico e lavagem de dinheiro. Na época, apurou-se que apenas uma das empresas utilizada pelo grupo criminoso movimentou em um ano mais de R$ 34 milhões em contas bancárias.
(Marcello Campos)