Em Santa Cruz do Sul (Vale do Rio Pardo, na Região Central gaúcha), o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) denunciou à Justiça um homem de 69 anos que matou a ex-companheira Heide Juçara Priebe, de 63, por não aceitar o fim da relação. A acusação é de homicídio triplamente qualificado (feminicídio, motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), além de perseguição e violação de domicílio.
O episódio – filmado por câmeras de segurança e por ao menos uma testemunha com telefone celular – chocou a opinião pública. No fim da tarde de 8 de julho, uma sexta-feira, o idoso encurralou a mulher em um pequena rua na área central da cidade.
Ao deixar a pé o local onde trabalhava no lado de fora do local onde a mulher trabalhava (a 13ª Coordenadoria Regional da Secretaria Estadual da Saúde), ela recebeu um tiro de revólver no peito e chegou a ser internada, falecendo à noite.
Já o feminicida disparou contra o próprio peito instantes após o ataque – um grupo que saiu em seu encalço o encontrou caído mas consciente, a poucas quadras da cena do crime: “Acabei de fazer a maior besteira da minha vida”. Assim que recebeu alta foi conduzido a um presídio na região.
Perseguição
De acordo com a Polícia Civil, o assassinato foi o desfecho trágico de uma série de ameaças, violações de privacidade que começaram em janeiro, após três anos de uma relação iniciada no condomínio onde ambos moravam. Os relatos incluem perseguição constante, envio de mensagens agressivas pelo WhatsApp e até invasões de domicílio.
Os abusos motivaram a servidora estadual a solicitar medida protetiva, cujo deferimento – dias antes do feminicídio – não impediu que Heide fosse morta. Natural de Candelária e separada do primeiro companheiro há 20 anos, ela deixou os dois pais, de 90 e 87 anos, três filhos e uma neta.
(Marcello Campos)