Piquetes interessados em participar na edição deste ano do Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre, podem encaminhar documentação e pagamento da taxa até a próxima sexta-feira (29). O prazo definido inicialmente previa encerramento em 20 de julho. Até agora, ao menos 300 grupos já têm participação definida no evento, que será realizado de 7 a 20 de setembro no Parque da Harmonia.
Para apoiar a estruturação do evento, que é um dos maiores no segmento cultural do Rio Grande do Sul, a prefeitura vai investir na construção do Piquete dos 250 anos, alusivo ao aniversário da Capital e palco da guarda da Chama Crioula. O local também ajudará a viabilizar outros pilares culturais e de inclusão social, como a Ciranda Escolar e o processo de julgamento dos projetos culturais dos piquetes.
O regulamento foi aprovado de forma unânime pela Comissão Municipal dos Festejos Farroupilhas de Porto Alegre, em encontro com a presença de representantes da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, concessionária Gam3 Parks, Associação dos Acampados, Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS), Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e Câmara de Vereadores.
A presidente do colegiado, Liliana Duarte, explica que pelas regras do contrato a concessionária será responsável pela instalação de luz e água, banheiros públicos, execução do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI), licenças de operação e pagamento das taxas do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), entidade responsável pela cobrança de direitos autorais de músicas tocadas em eventos.
Já a prefeitura terá a incumbência de fornecer serviço de coleta de resíduos sólidos, ao passo que a pasta municipal da Cultura, a Comissão dos Festejos e a Gam3 respondem por aspectos como projetos artísticos e a manutenção da Chama Crioula nos piquetes.
A construção das unidades será autorizada a partir de 13 de agosto. “Estamos muito felizes com os preparativos para o acampamento, que é muito esperado por todos, participantes e público em geral, após dois anos de pandemia”, ressalta Liliana Duarte. “A expectativa é de o acampamento receba a visitação de mais de 1 milhão de pessoas.”
Com valores que chegam a R$ 3 mil, as taxas cobradas dos piquetes têm como destino o custeio de energia elétrica, consumo de água, limpeza do parque e recolhimento de lixo e resíduos, de forma rateada por metro-quadrado.
Comparando-se com a última edição realizada em formato presencial (2019), no evento deste ano há mudanças no tamanho e disposição dos lotes. Isso inclui nova área, de 100 metros-quadrados, a fim de atender ao edital de concessão do parque e às normas de segurança exigidas pelos bombeiros no que se refere à circulação interna das ruas e PPCI.
Histórico
O evento hoje conhecido como Acampamento Farroupilha nasceu junto com a criação do Parque da Harmonia, em 1981. Nos dois anos seguintes, o que havia eram grupos de amigos ou piquetes que ficavam na área da chamada “fazendinha” – o Piquete Chimango, fundado em 1979 pela família Carrão, é considerado “pioneiro”.
Esses gaudérios cavalgavam até o parque, um ou dois dias antes do desfile de 20 de setembro, fazendo do local uma pousada ou ponto de concentração. Os mais antigos frequentadores do parque faziam suas “gauchadas” bebendo e tocando violão e gaita-ponto principalmente nos finais de semana.
Em 1984 a Fazendinha do Harmonia passou a ser administrada pela antiga Epatur (empresa pública municipal então responsável pelo turismo de Porto Alegre). O galpão que existia na época foi alugado à churrascaria Galpão Crioulo e precisou ser reconstruído, nos mesmos moldes, após um incêndio em outubro de 1986.
(Marcello Campos)