24/07/2022 às 22h12min - Atualizada em 25/07/2022 às 00h02min

Entenda o avanço mundial dos casos de monkeypox, a “varíola dos macacos”

Em 1970, um garoto africano de 9 anos foi o primeiro ser humano a ser diagnosticado com monkeypox, a “varíola dos macacos”. A criança vivia no então Zaire,

Rádio Pampa
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Em 1970, um garoto africano de 9 anos foi o primeiro ser humano a ser diagnosticado com monkeypox, a “varíola dos macacos”. A criança vivia no então Zaire, posteriormente renomeado para República Democrática do Congo, e desde então a doença se expandiu de tal forma que a Organização Mundial da Saúde (OMS) acaba de declarar a situação como emergência de saúde global.

A medida pode levar, em termos práticos, à ampliação de investimentos no tratamento da doença, incluindo o avanço na luta por imunizantes (que estão em falta) contra a doença, considerada de pouca gravidade para a maioria das pessoas e cuja transmissão se dá por meio de um vírus semelhante ao da varíola, erradicada desde o início da década de 1980.

Ao longo desses 52 anos desde o primeiro caso identificado de monkeypox entre humanos, já foram registrados diagnósticos em zonas rurais ou florestais de outros dez países, todos no mesmo continente: Benin, Camarões, Costa do Marfim, Gabão, Libéria, Nigéria, República Centro-Africana, Congo, Serra Leoa e Sudão do Sul.

Já o primeiro surto fora da África ocorreu foi nos Estados Unidos, em junho de 2003. Na ocasião, autoridades sanitárias norte-americanas contabilizaram 87 casos, sem mortes. A doença se propagou no país depois da contaminação de cães-da-pradaria e roedores importados de Gana.

Em 2017, um epidemia de monkeypox atingiu a Nigéria. Foram mais de 500 casos suspeitos, dos quais cerca de 200 tiveram confirmação – e uma taxa de letalidade próxima de 3%. No ano seguinte, casos esporádicos foram positivados em setembro, tendo como infectados os integrantes de um grupo de turistas nigerianos em Israel.

A doença também acabou constando em testes positivos no Reino Unido em dezembro de 2019, maio do ano passado e maio deste ano. Já em Singapura, na Ásia, um caso foi confirmado em maio de 2019, ao passo que nos Estados Unidos foram duas notificações (uma em julho e outro em novembro do ano passado).

Desde maio passado, apareceram diversos casos em países onde a doença não era endêmica até então: Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália, Portugal e Suécia, todos na Europa. Em seguida, foi a vez de Estados Unidos, Canadá e Austrália entraram no rota da varíola dos macacos.

Vacinação

No final daquele mês, os Estados Unidos anunciaram a vacinação de indivíduos com o uso de imunizantes contra a varíola, igualmente eficazes contra a varíola dos macacos. Depois foi a vez da União Europeia (UE) se preparar para a compra conjunta de imunizantes e medicamentos, enquanto a França já providenciava as primeiras aplicações de vacina.

O presidente da OMS, Tedros Adhanom, anunciou em 8 de junho mais de mil casos confirmados em 29 países nos quais a doença não era endêmica até aquele momento. No dia 25, o órgão considerou o surto como “ameaça preocupante à saúde, mas não o suficiente para uma emergência sanitária mundial”.

Dias antes, o Reino Unido – já com 800 casos – pediu a vacinação preventiva dos homens “de risco”, em particular os homossexuais com múltiplos parceiros.

A França também propôs imunização preventiva neste mês, ao mesmo tempo em que a contagem chegava a quase 15 mil casos em 70 países – países europeus, Estados Unidos e Canadá concentram a maioria das ocorrências. O capítulo mais recente se deu nesse sábado (23), quando a Organização Mundial da Saúde ativou seu nível máximo de alerta por causa da doença.

Sobre a doença

A varíola dos macacos é uma doença transmitida entre humanos, por meio de vírus. Ocorre principalmente por meio de contato pessoal com secreção respiratória, lesão de pele de pessoa infectada ou de objeto recentemente contaminado.

Sintomas incluem erupções que geralmente se desenvolvem no rosto e depois se espalham por outras partes do corpo, gerando uma crosta. Quando esta desaparece, o indivíduo já não é mais vetor de transmissão – o período de incubação é de seis a 16 dias (prazo que pode chegar a 21 dias).

Já o diagnóstico é laboratorial, com teste molecular ou sequenciamento genético. O procedimento deve ser realizado em todos os pacientes com quadro compatível com a doença.

O paciente pode se curar após o período agudo da infecção. Já a gravidade varia conforme o indivíduo, sendo que na maioria dos casos não há risco de morte.

Nomenclatura

Com o objetivo de evitar a estigmatização da doença e agressões a primatas não humanos, o Ministério da Saúde tem sugerido a utilização da versão em inglês para denominar no Brasil a varíola dos macacos: “monkeypox”.

A diretriz está em sintonia com dados da OMS: embora os primeiros casos tenham sido detectados em animais desse gênero, eles não estão relacionados ao surto em andamento.



Fonte: https://www.radiopampa.com.br/entenda-o-avanco-mundial-dos-casos-de-monkeypox-a-variola-dos-macacos/
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