O Tribunal do Júri de Tramandaí, no Litoral Norte gaúcho, acolheu na íntegra os pedidos do MP (Ministério Público) e condenou, na madrugada desta sexta-feira (2), a mãe que matou o filho recém-nascido e colocou o corpo em uma lixeira.
A mulher, de 34 anos, foi sentenciada a 27 anos de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. A acusação em plenário foi feita pelos promotores de Justiça André Luiz Tarouco Pinto e Karine Camargo Teixeira.
O crime
Utilizando cintas abdominais, shorts com extensão abdominal e protetores de seios, a ré ocultou do companheiro e dos familiares a gravidez. Em 11 de junho de 2017, por volta das 23h, ao entrar em trabalho de parto, ela foi até o banheiro da residência onde morava com o homem e os sogros, em Tramandaí, e deu à luz um menino. Para matar o recém-nascido, a mulher o asfixiou enfiando uma bucha de papel na sua boca.
Posteriormente, colocou o bebê e a placenta em uma sacola plástica e deixou no armário do banheiro. Para maquiar os barulhos e eventual choro do bebê, ligou o secador de cabelos e o chuveiro. Depois, limpou todo o banheiro.
O crime foi cometido mediante asfixia e por motivo torpe, pois a intenção da ré era não estabelecer qualquer vínculo afetivo com o filho, conforme o MP. No dia seguinte, por volta das 13h30min, a assassina ocultou o cadáver do bebê, colocando a sacola com a placenta e o corpo em uma lixeira localizada na avenida Rubem Berta.
Um catador de materiais recicláveis acionou a Brigada Militar quando encontrou o bebê em meio ao lixo.